Oito décadas de trabalho em defesa dos profissionais de engenharia.
Com 80 anos de história, o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná renova, a cada dia, os seus princípios de defesa dos profissionais de engenharia e do trabalho permanente em favor dessa categoria profissional que tem como marca a presença em todas as fases do desenvolvimento do nosso Estado e do nosso País.
Nos primeiros anos, a prioridade do Sindicato era conquistar a sede própria, o que aconteceu em 1970, com o adiantamento do pagamento das mensalidades por parte de alguns associados. O sonho tornou-se possível, e o Senge-PR se instalou no Edifício Barão do Rio Branco, no Centro de Curitiba. “Foi gratificante ver os associados ajudando na compra da sede”, disse à época, Isaías Seade, então vice-presidente do Senge-PR.
Com sede própria, o Sindicato cresce na defesa dos engenheiros e passa a ser um ponto de mobilização política para a categoria e a sociedade. A luta pelo respeito ao piso salarial profissional, definido em lei federal se consolida, em 1987, com o Movimento Renovação e Fortalecimento (MRF), liderado pelo engenheiro Daniel Lopes de Moraes, eleito presidente do Senge-PR num pleito inédito em que uma chapa — a de oposição — se inscreveu.
O primeiro desafio da gestão do MRF foi impedir o superfaturamento da construção da Usina do Segredo, na região dos Campos Gerais. Uma das empresas participantes da licitação pediu 100 milhões de dólares acima do preço do edital. O Senge-PR foi à Justiça para provar, por uma comissão de especialistas, que o limite imposto no edital pela Copel era justo e viável.
Por sugestão da comissão de engenheiros formada pelo Senge-PR, a Copel alugou os equipamentos necessários para a obra com os 100 milhões de dólares pretendidos por uma das concorrentes. Assim, três empresas paranaenses ergueram a usina no prazo e nos valores estabelecidos no edital. Foi uma grande e reconhecida vitória do Senge-PR a favor da sociedade paranaense.
Os anos 1980 foram marcados pelas Diretas Já, pela redemocratização do País, pela Constituição de 1988 e pelas eleições presidenciais de 1989 — as primeiras em quase 30 anos. São acontecimentos históricos, que mobilizaram engenheiros no Paraná. Em seguida, viria o Movimento Fora, Collor, um marco na história do Senge-PR, onde a campanha nasceu e se estruturou no Paraná. Com a participação de movimentos sociais, a campanha pela ética na política mobilizou o País com carreatas, passeatas e protestos que forçaram a renúncia do primeiro presidente eleito pelo voto direto após a ditadura.
Em 2001, o Senge-PR fomentou e liderou a luta contra a privatização da Copel. Novamente, dezenas de entidades e milhares de paranaenses se envolveram na campanha, que teve marchas no Centro Cívico de Curitiba e culminou numa vigília na Assembleia Legislativa do Paraná, em agosto, até que o leilão de venda da empresa pública de energia fosse suspenso.
O Senge-PR, já filiado à Federação Interestadual dos Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), participou da campanha para a eleição da presidência do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) em 2005. A busca pela mudança no comando do Sistema Confea-Creas já durava algum tempo. Naquele momento, a participação dos Sindicatos ajudou a renovar o Confea, tornando-o mais atuante na sociedade.
Ao longos dos anos, o Senge-PR se tornou um Sindicato forte, respeitado pela atuação na sociedade e na defesa dos interesses dos engenheiros. Centenas de engenheiros são coautores das inúmeras vitórias conquistadas ao longos destes 80 anos. Sem o trabalho de todos os associados em busca de uma sociedade melhor, não haveria mudanças, que seguiriam sendo apenas sonhos.