A greve dos servidores estaduais do Paraná vem sendo suspensa pela entidades sindicais desde que o governo Ratinho Júnior (PSD) fez uma nova proposta de reajuste de 2% a partir de 2 de janeiro de 2020. O novo índice é um avanço diante da posição inicial do governo do estado de congelar salários mais uma vez, chegando ao quarto ano consecutivo. A proposta foi apresentada no dia 12 de julho e é considerada uma conquista do funcionalismo público.
Em documento entregue ao FES, Ratinho Júnior propôs o pagamento da reposição salarial de 2% a partir de janeiro de 2020, 1,5% em janeiro 2021 e 1,5% em janeiro 2022, além da retirada do Projeto de Lei Complementar n° 4/2019, em tramitação na ALEP, que prevê o congelamento dos salários e das promoções dos servidores estaduais por 20 anos. A Casa está em recesso até 1o de agosto e as sessões retornam no dia 5 de agosto.
“O movimento grevista mostrou a importância da mobilização em um cenário de retrocessos e perda de direitos. Se não fosse essa manifestação do funcionalismo público com atos e pressão em cima dos deputados, mais uma vez a categoria poderia ter ficado sem reajuste. Mas essa luta ainda não terminou. É preciso mobilização até que a votação ocorra na Assembleia Legislativa”, incentiva o presidente do Senge-PR, Carlos Bittencourt, que é membro do FES e participou das reuniões do comando de greve e das negociações com o governo do estado.
Além do novo índice a ser discutido na Alep, os integrantes do FES ainda cobram a manutenção da data-base para primeiro de maio e a manutenção das licenças especiais. As lideranças ainda questionam a reforma da administração pública que podem trazer prejuízos para as carreiras do funcionalismo público com o fim de promoções e progressões.
Greve suspensa
O primeiro sindicato a suspender a greve foi a APP Sindicato, em assembleia realizada no dia 13 de julho, em frente ao Palácio Iguaçu. “A maioria compreendeu que a greve foi um movimento vitorioso pela organização da categoria e a unidade dos servidores”, avaliou Hermes Leão, presidente da APP Sindicato, ao suspender a paralisação de professores e funcionários de escola.
Outra entidade que suspendeu a greve foi o SindiSeab. A decisão da categoria leva em conta o “monitoramento da implantação/cumprimento da proposta, com reuniões e debates permanentes em todos os locais de trabalho e nova avaliação coletiva no início de agosto de 2019”.
Mais entidades devem suspender a paralisação nos próximos dias. O Senge-PR participou de toda a movimentação. A orientação dada aos engenheiros é que marcassem presença na paralisação em locais que o sindicato majoritário aderisse à greve. O Senge-PR também convocou os associados a participarem dos atos que ocorrem ao longo dos 17 dias de greve.