O Sindicato dos Engenheiros do Paraná vem a público esclarecer os fatos e defender os interesses da Copel e dos trabalhadores. Em uma afirmação falsa emitida pela direção da Copel à rádio CBN, nesta sexta-feira (14/07), a empresa reafirmou a fala do Governador Carlos Massa Ratinho Júnior e confirmou à imprensa, desonestamente, que a privatização da Copel foi aprovada pelos funcionários da estatal, com 64% dos votos.
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a votação mencionada estava relacionada à aprovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), um documento que trata exclusivamente de questões trabalhistas e não possui qualquer relação com a venda ou privatização da empresa.
A direção da Copel está sendo econômica com a verdade ao tentar distorcer os fatos e misturar assuntos distintos. O trecho mencionado do ACT, na Cláusula Vigésima Quarta, trata da manutenção do quadro funcional em caso de alteração do controle acionário majoritário. Essa cláusula é uma salvaguarda para preservar a experiência, competência, qualidade técnica e dedicação dos atuais empregados da Copel, independentemente de quem detenha o controle da empresa.
E, no sentido de justamente salvaguardar os empregos e conhecimento técnico é que as negociações com a empresa ocorreram. Os prepostos da Companhia e os Sindicatos mantiveram, de forma muito clara, que a construção de uma cláusula de segurança para os empregados somente seria utilizada no caso de uma eventual mudança de controle acionário. Em nenhum momento houve a vinculação da aceitação com a cláusula vigésima quarta com a concordância dos empregados com a transformação em corporação. Nenhum Sindicato levaria para apreciação dos empregados uma cláusula condicionante de tal teor. Qualquer posicionamento contrário é inverídico.
É lamentável que o Governo do Estado e a direção da Copel estejam tentando terceirizar a voz dos trabalhadores e manipular informações para justificar a privatização da estatal. Essa postura vai contra os princípios democráticos e o respeito aos direitos dos trabalhadores. Nós, do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, reafirmamos o nosso interesse legítimo em restabelecer a verdade e garantir o direito de resposta, que é inerente ao princípio do contraditório e essencial para um jornalismo ético e imparcial.
Esperamos que a CBN não cometa o mesmo erro do Governo do Estado e da direção da Copel, e conceda espaço aos próprios funcionários para que possam restabelecer a verdade.
As empresas públicas desempenham um papel fundamental no desenvolvimento do país, garantindo o acesso a serviços essenciais, como energia elétrica, de forma eficiente e a preços justos. A privatização dessas estatais pode comprometer a qualidade dos serviços, aumentar os custos para os consumidores e resultar na perda de empregos e no enfraquecimento da economia local.
Valorizamos os trabalhadores da Copel, que dedicam conhecimento e esforço para garantir um serviço de excelência à população. Defendemos a manutenção da estatal como empresa pública, com gestão transparente e participação dos trabalhadores, para que possamos preservar o interesse coletivo e o desenvolvimento sustentável do Paraná.
*ERRATA: Retificação de informação
Após emitirmos nosso pronunciamento, fizemos contato com a Copel para mais informações. A mesma informou que o comunicado à imprensa em questão foi emitido pelo Governo do Paraná em nome da estatal. Não coincidentemente, mais um ponto que levanta preocupações sobre a autonomia da empresa. Destacamos também que a informação já foi devidamente corrigida no site da CBN para refletir essa atualização.
Atenciosamente,
Sindicato dos Engenheiros do Paraná