Por Manoel Ramires
Os servidores estaduais do Paraná devem entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 25 de junho. A decisão ainda precisa ser aprovada em assembleias por categorias. A APP Sindicato realiza a consulta amanhã (15) em encontro que ocorre na ExpoUnimed, em Curitiba. O Senge-PR já aprovou o estado de greve durante assembleia realizada no último dia 6 de junho. A greve foi anunciada após o governo do estado apontar para o congelamento da data-base pelo quarto ano consecutivo. A sinalização foi feita durante reunião ocorrida durante a greve geral contra a reforma da previdência e pelo reajuste das categorias.
No encontro, sem a presença do governador Ratinho Júnior (PSD), os servidores estaduais anunciaram que devem deflagrar greve por tempo indeterminado a partir do dia 25 de junho. O governador novamente disse que não vai dar o reajuste, contra estudos técnicos apresentados pela Federação das Entidades Sindicais (FES), que reúne mais de 30 sindicatos. “Na próxima terça tem uma reunião da bancada dos deputados com o governador. É de bom tom que o governador faça uma proposta antes do início da greve”, alerta Marlei Fernandes, do FES.
O estudo apresentado na oitava reunião entre sindicatos e governos apontou os 17,04% de perdas nos últimos anos com o congelamento da data-base. Ao expor os números, os dirigentes afirmaram que Ratinho tem totais condições de conceder pelo menos a reposição da inflação.
“O Governo alega que falta dinheiro para pagar Servidores, mas sobra para repassar ao agronegócio e demais setores. Muitos setores têm competitividade e não necessitam da renúncia. Esses beneficiários não demonstram efeitos e contrapartidas enquanto o governo pratica renúncia Fiscal de R$ 11 bilhões desde 2011”, revela o relatório.
Presente à reunião com o governo, o deputado professor Lemos (PT) explicou que a Bancada do Serviço Público vai atuar para garantir o reajuste. O grupo já se reuniu com o governador e com o líder do governo. Foi confirmada uma audiência para o próximo dia 18 de junho.
“O governador deve pagar os servidores. São mais de 17% de perdas. A CF garante reajuste a civis militares, mas está indo para o quarto ano sem reajuste. A cada ano que passa, o calote aumenta. No ano passado, Ratinho assinou emenda para reajuste de 2,5% e agora não pode querer não pagar. Ele era candidato a governador e disse que não podia sacrificar mais os servidores. Ele tem compromisso público com o funcionalismo”, reivindicou Lemos.
Outros poderes já estão dando ou mandando para a Assembleia seus reajustes de quase 5%. É o caso da Defensoria Pública, do Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Assembleia Legislativa. Lemos questionou porque o Executivo vai se omitir e só excluir esses trabalhadores.
Estado de greve
Os engenheiros estatutários aprovaram a paralisação por conta da data-base do funcionalismo público no dia 14 de junho. Ela ocorre no mesmo dia 14. Na assembleia realizada no dia 6 de junho (clique aqui para ver) foi aprovado o estado de greve a partir do dia 7 de junho. O Estado de Greve é uma situação que é aprovada pelos trabalhadores, alertando aos governantes que a qualquer momento poderão deflagrar uma greve. O FES já declarou que uma nova greve do funcionalismo pode ser iniciada no dia 25 de junho, caso o governo estadual não atenda as reivindicações dos servidores.