Diretor-Geral Brasileiro empossado da Itaipu Binacional, General Joaquim Silva e Luna.
Foto: Alan Santos/PR 
Por Manoel Ramires/Senge-PR
No dia em que o Brasil contabilizou 820 óbitos pela Covid-19, sendo mais de cem mortes apenas na data de ontem (8), com taxa de letalidade de 5% e mais de 16 mil casos confirmados, a diretoria da Itaipu Binacional, no lado brasileiro, decidiu ignorar as recomendações do Ministério da Saúde sobre isolamento social e do próprio Governo Federal. No “Informe 08 – Retorno gradual das equipes ao trabalho”, a direção avisa que pretende substituir o home office, colocando em risco a saúde de seus funcionários. O informe é rechaçado pelo Senge-PR e Sinefi, em nota conjunta enviada ao diretor-geral brasileiro de Itaipu, Joaquim Silva e Luna.
De acordo com as entidades, que falam em nome dos empregados, terceirizados, estagiários e demais pessoas que circulam pela Itaipu, o eventual retorno gradual ao trabalho presencial é precipitado, tendo em vista o aumento dos casos e levando em consideração a falta de equipamentos de segurança (EPIs), testes rápidos e respiradores para atender os enfermos.
“É equivocada a decisão de atribuir à cada diretoria as diretrizes de retorno, a abrangência dos grupos em home office é insuficiente, não abrangendo os empregados com pessoas do grupo de risco e é inconveniente o retorno gradativo das atividades presenciais quando as autoridades municipais ainda preparam o retorno, de forma gradual e monitorada, de algumas atividades”, alerta a nota conjunta.
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Isolamento social
Diante do aumento da pandemia, o Ministério Público Federal (MPF) questionou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre o afrouxamento do isolamento social, conforme o boletim epidemiológico, estimulando o retorno das atividades após a Páscoa em medida chamada de Distanciamento Social Ampliado (DAS). A procuradora federal, Débora Duprat, questiona os fundamentos científicos do retorno às atividades.
“Quais foram os estudos técnicos nacionais ou internacionais que basearam a conclusão de que localidades “onde o número de casos confirmados não tenha impactado em mais de 50% da capacidade instalada existente antes da pandemia” podem iniciar a transição para a estratégia de Distanciamento Social Seletivo (DSS)”?”, questiona.
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No Paraná, o Ministério Público do Trabalho e mais 270 entidades (entre elas, o Senge-PR) encaminhou nota ao governador Ratinho Junior (PSD) e aos prefeitos, incluindo de Foz do Iguaçu, reforçando a manutenção do isolamento social e criticando a reabertura do comércio não essencial. O estado registra 550 casos confirmados, sendo 26 em Foz e outros 29 em investigação.
Segundo a Margaret Matos de Carvalho, procuradora chefe do MPT-PR, a nota visa alertar as autoridades pela continuação das medidas de segurança. “Muitos municípios do interior estão permitindo a abertura do comércio. Estamos próximos de um desastre e o sistema de saúde não está preparado para receber o número de adoecidos que se prevê. Os governos não podem retroceder e devem seguir as orientações da OMS”, orienta a procuradora.
A nota conjunta à Itaipu ainda reforça que o eventual retorno gradual ao trabalho deve levar em consideração a relação entre os dois países. A fronteira com o Paraguai está fechada. O presidente paraguaio, Mario Abdo Benitez, anunciou ontem (8) a ampliação da quarentena até 19 de abril. “O retorno gradual deve ser tomado de modo binacional, tendo em vista que o problema afeta ambas as margens”, enfatizam as entidades.
Outro lado
De acordo com a Itaipu, a binacional está acompanhando atentamente o cenário da pandemia. “A diretoria avaliou a situação e decidiu iniciar, a partir do dia 13 de abril, um cuidadoso planejamento visando transição gradual do trabalho home office para atividades presenciais”, o que confirma a orientação do Boletim Epidemiológico questionado pelo MPF. A nota da Itaipu conclui dizendo que no tempo certo, “todos serão informados e estarão preparados para o retorno”.
Participe das eleições do Senge-PR nos dias 14, 15 e 16 abril
As eleições do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR) acontecem nos dias 14, 15 e 16 de abril. Os associados votam para eleger a Diretoria Colegiada e o Conselho Fiscal. Os associados do interior ainda votam para definir a Diretoria Regional de sua localidade. O Senge-PR tem sete regionais. A nova direção ficará no comando do Sindicato e das regionais na gestão que compreende o triênio 2020/2023. Em virtude da pandemia, a votação acontecerá eletronicamente, pelo sistema do CREA-PR. É fundamental que os associados atualizem seus dados e participem para atingir o maior quórum possível. Clique aqui e conheça as candidaturas.
