Ônibus de graça para todo mundo? Sim, é possível e está mais perto do que muitos imaginam. Essa é a constatação de debates recentes em torno da Tarifa Zero em Curitiba. A última dessas discussões aconteceu na Assembleia Legislativa do Paraná. Em uma audiência pública foi discutido que a capital necessita de R$ 85 milhões para custear o transporte coletivo gratuito. R$ 20 milhões estão garantidos, que é o repasse que a Prefeitura de Curitiba e o Governo do Paraná dão como subsídio ao transporte. O restante do montante pode surgir da criação de um fundo municipal pago com o valor do vale-transporte dos trabalhadores. Outra alternativa de arrecadação é um imposto de mobilidade urbana.
O debate contou com a presença do diretor do Senge-PR, José Ricardo Vargas de Faria, que é engenheiro civil e professor na UFPR. Ele teve a oportunidade de conferir como diversos municípios estão adotando o modelo de Tarifa Zero e buscando financiamento para o transporte efetivamente público. Em sua fala, o especialista disse que Curitiba subsidia o transporte público individual e que é necessária a criação do Sistema Único de Mobilidade Urbana – SUM.
“É necessário que haja recursos das três esferas federativas: município, estado e união. Principalmente para subsidiar o transporte gratuito na região metropolitana. Só as prefeituras não conseguem pagar essa conta. Por isso, é fundamental pensar no Sistema Único de Mobilidade Urbana para viabilizar a Tarifa Zero”, pontua o engenheiro.
Na Câmara Municipal, recentemente, foi dito que a Tarifa Zero poderia ser implantada em Curitiba se as empresas pagarem ao sistema R$ 100 por trabalhador que tem contratado via CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O cálculo foi apresentado por Edilson Miranda, engenheiro mecânico que estuda a matéria, na reunião da Comissão Especial Para Discutir o Novo Contrato do Transporte Coletivo – Tarifa Zero da Câmara Municipal de Curitiba (CMC).
Já na Alep, o deputado estadual Goura Nataraj, militante da mobilidade urbana, destacou que “o debate sobre a tarifa zero é cada vez mais urgente. Esta audiência será uma oportunidade para debater resultados dessa medida, que já foi implementada em vários municípios do estado e do país, e avaliar como torná-la viável também em grandes cidades”.
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