Sindicato participou de pelo menos 15 negociações em 2019. Foto: Senge-PR 
Está aberta a temporada de negociações dos trabalhadores. Os engenheiros da Sanepar e da Compagas já estão participando de assembleias de formação de pauta. A mobilização dos engenheiros é fundamental para inibir perdas e avançar em reajustes salariais. Levantamento do DIEESE mostrou que a alta da inflação já impacta negativamente nas negociações de 2020. Por outro lado, as mesas em que o Senge-PR participou no último ano trouxeram resultados positivos.
Apenas 20,9% dos reajustes de janeiro de 2020 obtiveram ganhos reais. Outros 55,4% de negociações tiveram reajustes abaixo do INPC. A grande diferença está na inflação. A data-base de Janeiro de 2020 fechou com 4,48% no acumulado de 12 meses. O índice em 2018 e 2019, equivalia a 2,07% e 3,43%, respectivamente, de acordo com o INPC-IBGE.
Embora o cenário de 2020 comece ruim, o DIEESE entende que é cedo para confirmar ser uma tendência que veio para ficar. “É preciso considerar, no entanto, o tamanho das amostras comparadas. Até o momento, foram captados 148 reajustes de janeiro de 2020, diante de 2.672 de janeiro de 2018 e 2.235 reajustes de janeiro de 2019. Portanto, é possível que o quadro mude conforme novos reajustes sejam registrados no Mediador”, sinaliza.
Saldo positivo
É a mesma expectativa do Senge-PR. Em 2019, a entidade defendeu fortemente, em acordos e convenções o aumento salarial e ganho real. Foram 15 negociações, com 5 CCTs e 10 ACTs fechados. Os reflexos da Reforma Trabalhista continuam a ser sentidos: as negociações se tornaram mais complicadas, com muitas empresas se recusando a vir para a mesa de negociação, ou promovendo práticas antissindicais.
Mesmo assim, o saldo foi positivo. 60% das convenções coletivas de trabalho tiveram reajuste acima do INPC e 40% pelo menos zeraram a inflação. Não ocorreram perdas neste cenário. Já em relação aos Acordos Coletivos de Trabalho, 10% das negociações que o Senge-PR participou tiveram ganho real, 70% atingiram o INPC no momento da data-base e 20% tiveram perdas.
Além das questões financeiras, um dos fatores mais importantes foi a manutenção de direitos. Em diversas mesas as entidades patronais tentaram reduzir conquistas dos trabalhadores. Iniciativa que pode se repetir em 2020 e que a categoria deve estar atenta.
