Em breve, na Copel, cerca de 1,4 mil funcionários sairão de uma única vez. Algo inédito na história da empresa. Os sindicatos, em reunião quadrimestral com as Relações Trabalhistas da empresa, discutiram os processos de desligamento iniciados em 24 de junho. A companhia apresentou seu projeto de mobilidade, que permite a mudança de cargo ou função dentro da empresa. No entanto, essas alterações têm questionamentos pertinentes e ainda possíveis falhas.
A partir da Copel Corporation, a empresa entende que é possível avançar em uma estrutura de mobilidade dentro da empresa. Neste modelo, os profissionais podem mudar de carreira e de atividade, independente de como adentrou. Havia limitação por conta de requisitos legais.
O modelo é baseado em “guarda-chuva”, mobilidade em função do PDV, valorização e transparência e headcount de referência. “A prioridade é ascensão de carreira e não transição lateral”. De acordo com o programa, tudo começa com a terceirização de funções, em seguida, eletricistas podem se tornar técnicos, o técnico concorre a vaga de engenharia, desde que tenha formação e o engenheiro saia da empresa no PDV.
A empresa já anunciou, na intranet, a oferta de 588 vagas. Destas, 35 posições são para engenharia, 32 analistas, 130 técnicos, 114 administrativos, 236 eletricistas e 9 na posição de gerente.
“Majoritariamente, o foco será na terceirização na base da empresa. Nos cargos ‘superiores’, o preenchimento de vagas é com recrutamento interno. Nós não teremos posições que corram risco por falta de profissionais estratégicos”, dizem os representantes da nova Copel.
Por outro lado, os sindicatos alegam que as remoções e mudanças têm ocorrido, muitas vezes, forçada e sem o interesse dos trabalhadores. “Nós estamos sentido que é tudo a toque de caixa. Em alguns casos, a mudança é de cidade, mexe com sua estrutura familiar. É um impacto muito radical para se tomar uma decisão em pouco tempo”, comentam os sindicatos.
As entidades entendem que o RH da empresa precisa enviar comunicados mais claros para os funcionários. Também apontaram diversos problemas que estão sendo detectados na base. “Vocês colocam um programa que parece ser excelente. É isso que se espera. Na realidade, a gerência não tem executado esse programa. Os funcionários estão muito preocupados”, complementa um dirigente.
Para a Copel, a empresa tem buscado a melhor oportunidade e posição. Evidentemente que podem acontecer casos pontuais, “mas vamos tentar minimizar o máximo possível. O que está garantido é o emprego. É preciso ter calma, pois o processo é paulatino”.