Os profissionais do Tecpar fizeram uma paralisação de advertência hoje (11). A manifestação ocorrida no começo da manhã é um alerta para a greve prevista para começar em 21 de março. A categoria reivindica o reajuste salarial e as correções do vale alimentação e triênio. Com a greve, o desenvolvimento de vacinas e o atestado da qualidade de diversos produtos podem ser afetados. Presente na paralisação, o presidente do Senge-PR, Leandro Grassmann, cobrou empenho do Governo do Estado e mais investimentos em ciência e tecnologia.
Durante a paralisação, um comunicado foi entregue ao presidente do Tecpar, Jorge Augusto Callado, e ao diretor de administração e finanças, Daniel Romanowski. Ele é assinado por três sindicatos: Senge-PR, SIquim e Sindaspp.
O presidente do Senge-PR criticou durante o Governo do Estado. Para ele, falta ao governador visão macro de estado e desenvolvimento. A gestão de Ratinho Junior tem sido marcada por isenções fiscais sem transparência, por proteção excessiva do agronegócio e por falta de investimentos em áreas estratégicas.
“Basta. Até quando teremos que esperar uma ação propositiva do governador e da sua equipe? Precisamos demonstrar ao governador que chegou a vez de reconhecer e remunerar o pessoal da ciência e outros setores da cadeia produtiva paranaense”, comentou Grassmann.
A negociação
A greve foi anunciada uma vez que os profissionais estão há quatro anos sem reajuste salarial já aprovado em convenção coletiva. A questão está judicializada e uma audiência de conciliação está prevista para a terça-feira (15), na Justiça do Trabalho.
Riscos à ciência
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) é uma empresa central do Paraná. Ele é “um instituto de ciência e tecnologia que, com seu corpo técnico, apoia a inovação e o desenvolvimento econômico e social do Paraná e do Brasil”.
Entre os trabalhos atuais que podem sofrer com o impacto da greve está o desenvolvimento de vacinas como a pentavalente, que é a combinação de cinco vacinas individuais em uma e o desenvolvimento de projetos para testes rápidos de doenças tropicais.
Também cabe ao Tecpar o envase e entrega de vacinas ao Ministério da Saúde, conforme contrato, s segurança alimentar da merenda escolar do Estado, uma vez que 100% é avaliado pelo Tecpar antes de ser liberado para as escolas, e a segurança hídrica das linhas de água tratada, uma vez que grande parcela dos materiais adquiridos pela Sanepar é inspecionada por técnicos do Instituto.
O Instituto ainda é responsável, por exemplo, por assegurar a qualidade das embalagens da indústria alimentícia do Brasil.