Sérgio Inácio Gomes (*)
Parece prevalecer um sentimento geral de que, dessa vez não terá anistia a terroristas e, que a Justiça não irá passar “pano”, com uma “encenação” de que saímos de “almas lavadas”, com muitos terroristas presos, etc. e tal.
Porém há que se perguntar: Será suficiente, nos sentirmos aliviados, exercendo o direito de revanche de forma superficial, sem dedicar a atenção necessária que precisamos dar ao processo de investigação e apuração dos reais responsáveis e articuladores de todas as ações de terrorismo, verificadas no país nesta semana?
Na condição de professor da engenharia elétrica, conhecedor do sistema elétrico brasileiro, afirmo sem medo de errar, que houve um atentado terrorista devidamente orientado por profissionais que são conhecedores das características do sistema interligado nacional.
Na noite do mesmo dia do atentado contra os Três Poderes em Brasília, torres estratégicas do sistema elétrico brasileiro foram derrubadas ao mesmo tempo em que houveram indícios de outros atentados, felizmente sem sucesso, em Refinarias da Petrobras no Paraná, com o óbvio interesse de criar um caos promovendo o sentimento de insustentabilidade ao país para justificar ações de intervenções militares e milicianas, já reivindicadas há 65 dias por fanáticos nos acampamentos nas frentes dos quartéis do país, até então, com a quase total permissividade e tolerância da sociedade, principalmente na região sul do país.
No entanto, a cada notícia que tomo conhecimento sobre o processo de prisões e apurações, cada vez mais reforça a minha impressão de que nosso sistema político, especialmente aquele associado ao poder judiciário-criminal, é um poder especializado em prender “ladrões de galinha e arruaceiros”.
Me parece que, pobres de “direita”, são e serão os “bodes expiatórios” a serem responsabilizados para pagarem o “pato” pelos atos terroristas.
Mas e daí, não devemos prender terroristas por serem pobres? -Sim, devemos, porém, a Justiça é para todos (e todas). Não podemos admitir em ficar só na prisão dessa espécie de lumpesinato.
Temos também que, construir o entendimento de que, este é o momento mais oportuno da história, para, além de prender “ladrões de galinha”, podemos também prender poderosos nacionais e internacionais conectados ao submundo do terrorismo geopolítico, que se conecta com o, quase senso comum preponderante, dos diversos segmentos milicianos, policiais, militares e paramilitares.
É preciso fazer a triagem com a inteligência devidamente orientada para provar conexões transnacionais, que se encontram camufladas e protegidas por trás de barreiras e escudos muito bem estudados no campo da geopolítica e desmontar essa máquina ideológica preponderante de submissão transnacional, que foi construída nos Órgãos de segurança do país.
O mundo é subdividido geopoliticamente em Impérios, que no nosso caso, é evidente e óbvia, a conexão com os irmãos da América do Norte. Logo, podemos e devemos provar de forma adequada, as conexões internacionais e convidar Embaixadas de países conectados com o submundo do terrorismo geopolítico a ter que se explicar diante de Fóruns como a ONU e outros Fóruns mundiais. É também, por isso mesmo, uma questão de soberania nacional.
Será que o rumo dado às investigações vai conseguir chegar nisso?
Temos que construir algumas ações de forma conjunta entre Universidades, OAB e um grande conjunto de Organizações sociais e populares, para garantir que não vamos passar “pano” dessa vez, com uma bela “encenação”, apenas para a construção do sentimento de “almas lavadas”. Não nos interessa tão somente satisfazer ao sentimento de revanche, pois trata-se de uma questão geopolítica e temos que tratá-la como tal.
Penso que nós, povo brasileiro, podemos influenciar no rumo que deve ser dado a essas investigações para provar e caracterizar as conexões geopolíticas internacionais associadas à essa desaventura terrorista. Será que o Brasil possui “Órgãos de Inteligência”? Se não possui, nós possuímos e temos a oportunidade de provar isso.
O rumo das investigações, até agora mostram que, a maioria dos presos são: “pobres ignorantes, que se julgam de direita, manipulados pelos poderosos que os retribuirão com um belo “pé na bunda”, o que também lhes é merecido.
Porém, muito mais importante do que isso, é que as investigações sejam orientadas com o caráter e o entendimento inequívoco de que, faz sentido buscar conexões internacionais no campo da geopolítica, muito além de prender os poderosos intermediários e porta-vozes “nacionais”, cujo ponto de partida é, sem dúvida nenhuma, a prisão dos “ladrões de galinha e arruaceiros”.
(*) Professor de Engenharia Elétrica do Campus Paranavaí do IFPR, Engenheiro eletricista, Doutor em Eng. Química, Diretor do Sindicato dos Engenheiros (SENGE/PR) e membro do movimento em defesa da soberania nacional, disponível em: (https://mdsn.com.br/).