Ômicron: Senge-PR aciona TRT e pede à Copel que corrija situações denunciadas pelos empregados

Irregularidades foram apontadas a partir de canal de denúncias

Acesso à Copel no KM3 não mede temperatura e nem pede teste de Covid-19 ou comprovante de vacinação
Comunicação
18.JAN.2022



“Gerentes sem máscara. No bloco C, muitos gerentes chegam em suas mesas e simplesmente sentam e retiram a máscara. Qual o exemplo querem dar? Em nenhum momento desde o retorno houve alguma fiscalização no uso da máscara”. 

Denúncia anônima

“Janelas fechadas. No retorno às atividades, a administração predial chegou no local e fechou todas as janelas, informando que o ar estava ligado e que (assim seria mais) eficiente, contrariando a recomendação que era manter as janelas abertas mesmo com o ar ligado”. 

Denúncia anônima

Irregularidades como estas levaram o Coletivo Sindical dos Empregados da Copel a oficializar a Companhia, solicitando ações imediatas. Cópia do ofício foi anexado à Ação Civil Pública que tramita no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná. No documento de 15 páginas protocolado no último dia 17 de janeiro, às entidades apontam fatores que permitiram que a quantidade de casos crescesse 974% na média móvel dos 14 dias primeiros dias de 2022. Para o Coletivo, a companhia de energia é co-responsável pelos casos a partir do momento que ignorou a gravidade da variante ômicron, determinando o retorno ao trabalho presencial e não adotou medidas de segurança suficientes no interior da sede, no KM3.

Desde a implementação, em 15 de janeiro, o Canal de Denúncias já recebeu 29 relatos através desta ferramenta. Isso demonstra a preocupação dos trabalhadores com o crescimento dos casos no interior da empresa. No processo foram anexados relatos das irregularidades “na expectativa de que estas situações sejam corrigidas”. 

“Lamentamos profundamente a postura reativa da Companhia, relegando as ações ao plano corretivo. Aproveitamos para, mais uma vez, relatar que, após a reunião de hoje (17), estivemos nas dependências da Copel km3 e que, infelizmente, nada mudou da semana passada para esta. Ainda é possível observar muitos empregados sem máscara, banheiros sujos e sem ventilação, nenhuma forma de controle de acesso e nenhuma exigência quanto à aferição de temperatura”, relata o Coletivo na peça encaminhada ao TRT.

OMISSÃO DOS GESTORES

Entre as principais denúncias feitas ao canal estão o distanciamento dos postos de trabalho e a confusão na cantina e no restaurante, com pessoas sem máscara e aglomeradas. As reclamações também mostram que o desrespeito aos protocolos partem da gerência, de quem deveria partir o exemplo para a maioria.

“Ouvi um gerente falando de um colega de sala que o mesmo está afastado com suspeita de covid, e ao ser indagado pela outra pessoa que estava conversando se havia tido contato, falou que sim mas não tem sintoma. Nisso a pessoa alertou que muitas vezes não há sintoma e a pessoa pode estar com covid”, conta um.

Já outra omissão relata que a “esposa de funcionário testou positivo para o COVID, o funcionário comunicou ao gerente e a atitude foi pedir para ele entrar em contato com a saúde ocupacional, ao invés de pedir para ele ir para casa. O funcionário permaneceu todo o dia e o dia seguinte pela manhã até receber uma ligação informando para ele ir para casa e fazer quarentena, expondo todos a sua volta ao vírus”. 

AFASTAMENTO TARDIO

Fato grave. Uma das queixas que despertam mais preocupação é que foram recebidos relatos de empregados que apresentaram sintomas, compareceram ao trabalho, realizaram o teste e só deixaram as dependências da Companhia após o resultado acusar contaminação por Covid. Neste meio tempo, permaneceram trabalhando normalmente e em proximidade a outros empregados. Nos casos denunciados, nenhum dos empregados que teve contato foi afastado de forma preventiva. 

“O gerente respondeu que só fará o teste se a outra pessoa testar positivo. Já não me sentia segura e agora, presenciando tal atitude e pensamento, me sinto menos ainda. Tenho

problemas cardíacos e poderia estar fazendo meu trabalho de casa sem problema algum, mas sou obrigada a vir”, diz a denúncia feita no dia 17 de janeiro. 

OUTRO LADO

Após o surto do começo do ano, a Copel está realizando novas abordagens para combater o vírus. Entre as novas ações estão um portal de informação e um aplicativo que agenda o horário de almoço no restaurante da Copel, no KM3. O uso do aplicativo é incentivado, embora não seja obrigatório. Da mesma forma, não há controle de acesso ao restaurante, confrontando reservas com os presentes. A empresa fará isolamentos nas mesas, vai retirar cadeiras bloqueadas e vai aumentar os caixas para pagamento.

IRREGULARIDADES

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