Engenheiras, sindicalistas, unidas e combativas hoje e em 2018! O Coletivo Estadual de Mulheres do Senge promoveu em novembro reunião em Curitiba para definir o planejamento para o próximo ano. Debates, colóquios, publicações, eventos e muita garra na defesa pela igualdade de gênero e pela ampliação da participação das engenheiras no mercado de trabalho. Certamente estas são algumas das ações presentes na agenda que se inicia em janeiro.
O encontro, o primeiro âmbito estadual após a formação do coletivo, vem consolidar ainda mais o compromisso das diretoras do Sindicato e acadêmicas de engenharia e coordenadoras do Senge Jovem que fazem parte da ação da entidade. De forma integrada, a reunião contou com a participação de engenheiras representantes das regionais do Sindicato e demais associadas da entidade.
“Buscamos com este encontro, primeiro de muitos para debater o coletivo, foi reunir as engenheiras e buscar avançar juntas na construção do Coletivo, a partir de reflexões sobre nosso papel na sociedade. Dessa forma, nos fortalecemos umas às outras, o nosso sindicato, e também a nossa atuação profissional”, explica Mary Stela Bischof, engenheira agrônoma, integrante da direção estadual do Senge-PR e do Coletivo de Mulheres da Federação dos Sindicatos de Engenheiros (Fisenge).
Além de definir as diretrizes e medidas de ação para o próximo ano, o encontro também serviu como espaço de formação para as integrantes do coletivo no tocante aos debates de gênero, na formação de arenas de discussão qualificada sobre a participação da mulher na engenharia e consolidação de espaços de atenção nas pautas das entidades de classe.
“Este cenário em que menos de 20% do mercado da engenharia é ocupado por mulheres é muito mais reflexo de falta de oportunidade e de medidas machistas no setor, que da distribuição do quadro de profissionais formados. Prova disso é quando olhamos para os salários, e no deparamos com diferenças que variam entre 20% e 30%. Propor o debate, ocupar espaços como o do Senge para problematizar tais questões são formas de combater esse quadro. Fizemos isso ao compor a atual diretoria, ampliando a participação das mulheres, e faremos isso sempre, abrindo e consolidando coletivos como este”, defende o presidente do Senge, Carlos Roberto Bittencourt.
A programação do encontro contou com a participação da advogada e professora Paula Cozero, pesquisadora acerca das questões de gênero e uma das fundadoras do Curso Promotoras Legais Populares de Curitiba (PLPs).
Brasil afora
Engenheiras, sindicalistas e unidas. Esta combinação tem se fortalecido a cada ano em âmbito nacional desde 2005, a partir do Coletivo de Mulheres da Fisenge. Atualmente, os 11 sindicatos que integram a Federação têm ações organizadas pelas mulheres dirigentes.
A atuação do Coletivo, que se espalha pelos estados, é buscar a superação do machismo nos locais de trabalho, no âmbito familiar e nas estruturas dos sindicatos. Por muito tempo, as engenharias foram ocupadas majoritariamente por homens. O cenário mudou profundamente, mas as mulheres continuam a enfrentar discriminação no exercício da profissão. É neste contexto que engenheiras atuante nos sindicatos promovem ações de formação, organizam debates, produzem materiais informativos.