Por Manoel Ramires/Senge-PR
O Paraná registrou o segundo melhor índice de isolamento social neste domingo. De acordo com o Mapa Tableau Public, do In Loco, o estado atingiu 53,19% de isolamento social. O estado ficou atrás apenas do Rio Grande do Sul, onde a taxa de isolamento bateu em 57,84%. Por outro lado, os índice ao longo da semana mostraram que o Decreto 4.942/2020 não surtiram o efeito esperado. A maior taxa de isolamento social por aqui foi no começo da pandemia. Em 22 de março quando o estado atingiu 65,6% de isolamento social.
O aumento do isolamento social no domingo, no Paraná, pode ser efeito do decreto que obrigou o fechamento de supermercados, shoppings e comércios em geral. Iniciado no dia 1o de junho e com validade por 14 dias, o texto definiu o “funcionamento dos mercados e supermercados ficará restrito de segunda-feira a sábado, das 7h às 21h. O fluxo será limitado a 30% da capacidade total, devendo ser controlado com a distribuição de senhas”.
Com o comércio fechado no domingo, no entanto, os supermercados ficaram lotados no sábado e na sexta-feira. Segundo o levantamento, no sábado, o índice de isolamento social foi de apenas 42,2%. Na sexta, o isolamento social foi ainda maior. 37,4% das pessoas ficaram isoladas. Isso significa que 62,6% não ficaram em casa e se expuseram ao vírus.
O isolamento deste domingo ainda é pior do que sete dias, em 28 de junho. Portanto, antes do novo decreto que tornou mais rigoroso o isolamento. Nesta data, o Paraná atingiu 53,9% de isolamento.
Casos
O Brasil registra quase 1,6 milhão de casos confirmados e perto de 65 mortes. Os dispararam no mês de junho no Brasil e no Paraná. O estado registra 781 mortes e mais de 31 mil casos confirmados. De acordo com o jornalista Fernando Oliveira, que tem monitorado os número da Covid-19, o principal problema enfrentado em Curitiba e no estado é a falta de leitos com a disparada da contaminação.
“A taxa de ocupação de UTIs para covid-19 ultrapassou ontem (sábado) a marca de 91% na região de Curitiba e litoral do Paraná. Das 358 vagas disponíveis no SUS, 327 estavam ocupadas. As 31 UTIs livres representam 8,7% do total. Quase 4 milhões de pessoas vivem nessas duas regiões do estado”, esclarece.
O jornalista alerta para os riscos dos números aumentarem ainda mais com os vacilos dos governantes e autoridades. “Nesse ritmo, nos próximos dias vamos nos deparar com relatos desesperados de famílias de pacientes na fila por um leito de UTI no Paraná. Presidente negacionista, governador vacilante, prefeito inapto, juiz omisso. Cada um deles terá sua dose de culpa pelo cenário que se desenha”, avisa.
