Por Luiz Calhau, Mestre em Planejamento Urbano pela Universidade Federal do Paraná (2019). Especialista em Direito à Cidade e Gestão Urbana pela Universidade Positivo (2017).
Dia 22 de setembro é o Dia Mundial Sem Carro, uma celebração-manifesto que começou na França, se espalhou pela Europa e veio parar no Brasil. O principal objetivo da data é alertar a população para o uso excessivo de carros nas cidades e quais são as alternativas para uma vida mais saudável e sustentável em termos de mobilidade. A data ganhou adeptos que expandiram as atividades para o mês inteiro, colocando setembro como mês da ciclomobilidade.
Foi isso que levou a Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu – CicloIguaçu, por exemplo, à lançar no último dia 8 de setembro o Manual de Infraestruturas Provisórias para Mobilidade Ativa, no contexto de aproveitar o espaço ocioso pela redução do uso de carro e ocupá-lo com estrutura provisórias para ciclomobilidade.
A cartilha tem 57 e e trata de medidas para adaptar as ruas no combate à pandemia. Dentre das recomendações destacam-se algumas que foram tomadas em diversas cidades pelo mundo, a fim de preparar espaços públicos para a pandemia da Covid-19, entre elas: fases de semáforo para pedestres automáticas, para não ser necessário apertar um botão; vias fechadas ao tráfego motorizado privado; sistemas de bicicletas compartilhadas grátis; ciclofaixas provisórias com cones, barreiras e outros materiais não perenes; tudo isso como parte de políticas de isolamento social em cidades, visando a incentivar a mobilidade ativa e a evitar aglomerações no transporte coletivo.
A cartilha conclui que infraestruturas cicloviárias promovem maior segurança viária. No contexto da pandemia, podem permitir ainda maior distanciamento social durante as viagens, ao incentivar os meios ativos de mobilidade, deixando os ônibus livres e arejados para quem não pode pedalar; incentivar a prática de exercícios, melhorando saúde física e mental; incrementar a ciclologística e micromobilidade.
Neste mês celebramos a ciclomobilidade mostrando que é possível transformar as nossas cidades em locais mais humanos e sustentáveis. Viva a bicicleta, o verdadeiro veículo do futuro.