Intempéries climáticas geram quedas de energia no Paraná, diz Copel

Empresa prega investimentos e prevenção para diminuir impactos

Empresa alega que tempestades atrapalharam o serviço. Foto: Manoel Ramires/Senge-PR
Comunicação
27.MAR.2024

Manoel Ramires/Senge-PR

Os sindicatos da Copel se reuniram no formato híbrido com os representantes da Copel. O encontro faz parte das reuniões quadrimestrais com a empresa agora privatizada. Na reunião, a Copel apresentou os números econômicos da empresa, resultados financeiros e processos como DEC/FEC. Ao avaliar o ano de 2023, a companhia de energia atribuiu ao aumento de tempestades e da temperatura os problemas que vêm sendo sentidos pela população. Por outro lado, afirmou que está investindo em tecnologia e prevenção. Também comentou “expurgos”, que são excluídos das metas de prestação de serviços. 

De acordo com a empresa,  os números mostram que houve aumento de temporais, o que influencia no índice da solução de quedas de energia e demora no restabelecimento. Se em 2019 ocorreram 12 temporais, em 2023 foram 24. Para Copel, as chuvas prejudicam a prestação de serviço. A Copel admite um aumento das emergências, saltando de 734 mil para 821 mil em 2023.

Diante dos abalos climáticos, ela afirmou que tem aumentado o trabalho de prevenção. O valor da manutenção preventiva saiu de R$ 109 milhões em 2022 para R$ 141 milhões em 2024. A poda também cresceu. De 655 mil em 2022, a intenção é passar de 1 milhão neste ano. “A gente tem apreço com as árvores, mas também pelo fornecimento de energia. A empresa se preocupa com replantio em convênios com prefeituras”, diz.

Aumento de tempestades contribuem para interrupção de energia. Foto: Gráfico Copel

Por outro lado, as entidades questionaram uma possível “maquiagem” dos dados. Para o  presidente do Senge-PR, engenheiro eletricista Leandro Grassmann, a população sente efeitos de alteração de tensão e quedas de energia que, muitas vezes, não são contabilizadas nos indicadores.

“A quantidade tem crescido bastante nos últimos anos, sendo superiores aos dados de DEC/FEC apresentado. O que foi expurgado não entra pra métrica, mas a população sente os efeitos das quedas de energia”. Segundo o presidente, existem municípios que aparecem muito acima do DEC/FEC com interrupções de quase 10 dias.

Segundo a empresa, os expurgos são autorizados por conta de eventos climáticos. Ou seja, incontrolável pela empresa, mas que mobiliza as equipes da expansão. Além da chuva, temperaturas elevadas também contribuem para a interrupção do sistema por sobrecarga. Esse critério não entra nos expurgos. Ainda, segundo a Copel, a meta de DEF/FEC global foi atingida pela Companhia, sendo que há a cobrança da ANEEL de que a Copel atenda às metas de DEC/FEC em, no mínimo, 80% dos conjuntos de consumidores. De acordo com dados da própria ANEEL, a Copel atingiu a meta em somente 74,5% dos conjuntos em 2022, 68,1% em 2023 e começou em 2024 com 65,6% dos conjuntos dentro dos parâmetros estabelecidos. 

“Conjuntos fora da meta. Em vermelho, acima de 140%. Em amarelo, de 100% a 140% da meta”. Gráfico: ANEEL

Na relação de conjuntos de consumidores que não atingem as metas de DEC/FEC, os piores casos são do conjunto Gov. Parigot de Souza, com mais de 63 horas de interrupção em 2023, seguido pelo conjunto Salto do Meio (46 horas), Tunas (44 horas), Campo Largo e Pitanga (25 horas). Todos valores muito acima do DEC global da Copel, que fechou em 2023 em 7,85 horas.

Quanto mais vermelho, mais fora da meta. Grtáfico: ANEEL
Voltar a Notícias