Governo ignora apelo de senadores e manda polícia atacar servidores

Senge Paraná
29.ABR.2015

Em uma lamentável cena de desespero e repressão policial contra os servidores e sindicalistas, o Governo do Paraná acaba de reforçar sua postura antidemocrática e ditatorial para impor a aprovação do Projeto de Lei 252/2015 que mexe nos recursos do Paraná Previdência. De forma brutal, repetiram-se nesta quarta-feira (29) as ações violentas cometidas por integrantes da Polícia Militar contra os servidores públicos na manifestação de ontem (28) no Centro Cívico.

Encurralados, manifestantes foram alvejados por balas de borracha, spray de pimenta e bombas de efeito moral
Encurralados, manifestantes foram alvejados por balas de borracha, spray de pimenta e bombas de efeito moral

Diante de mais um condenável ato repressor à livre manifestação e um atentado aos direitos humanos, o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR) reforça o repúdio às ações antidemocráticas e violentas do Governo do Estado contra a mobilização legítima dos trabalhadores.

De acordo com o deputado Toninho Wandescher, em reunião com os deputados ouviu do presidente da Alep, Ademar Traiano, que a votação é uma ordem do Governador do Estado. Durante o confronto, mesmo ao recuo dos manifestantes os policiais avançaram violentamente com sprays de pimenta, bombas de gás e balas de borracha.

Em manifestação de apoio à luta dos trabalhadores do Estado, o senador Roberto Requião, que retornou de Brasília após saber do começo do confronto com a polícia, condenou as ações violentas do governo. “É inimaginável o que a irresponsabilidade desse governo está fazendo nesse momento. O governador está completamente ensandecido, irresponsável ao tomar uma ação cruel e doentia. E o comandante geral da polícia do Paraná chama-se Carlos Alberto Richa. Vocês estão numa luta extremamente necessária à sobrevivência do Estado. A previdência existe para manter a rigidez do Estado e garantir o pagamento de pensões e aposentadorias, e eles querem meter a mão no que foi acumulado ao longo de inúmeros governo, inclusive do pai do Richa. É inacreditável o que está acontecendo no Paraná hoje. Porque não param a Assembleia e não vão conversar sobre o Paraná Previdência”.

"O governador está completamente ensandecido, irresponsável ao tomar uma ação cruel e doentia", critica o senador Roberto Requião
“O governador está completamente ensandecido, irresponsável ao tomar uma ação cruel e doentia”, critica o senador Roberto Requião

A senadora Gleisi Hoffmann, acompanhando os manifestantes ao lado de fora da Assembleia, chegou a subir no caminhão de som das entidades sindicais e pediu para que a polícia parasse com a violência contra os manifestantes. O apelo da senadora não foi o suficiente para que cessassem as balas de borracha contra a população. “É inadmissível o que assistimos aqui em Curitiba hoje. Isso não faz parte da nossa história. Vamos levar ao Senado esse ataque à democracia e registrar a vergonha que vimos aqui”, lamenta a senadora.

Vários servidores e sindicalistas foram feridos durante o confronto com a polícia, e tiveram que ser socorridos com atendimento médico em frente ao prédio do Tribunal de Contas e da Prefeitura de Curitiba. Dentre os feridos estavam a vice-presidente do diretório nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT, Carmen Helena Ferreira Foro.

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No Twitter, o prefeito Gustavo Fruet informou a liberação do espaço da Prefeitura para atendimento às vítimas. “Liberado todo espaço da Prefeitura para acolhimento. Parece uma praça de guerra!”.

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Veja mais fotos do que aconteceu no Centro Cívico.

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