O preço dos combustíveis no Brasil tem subido semana a semana no Brasil. Para o presidente Bolsonaro (sem partido), a culpa dessas altas é o custo dos impostos, em especial o ICMS, cobrados pelos estados. Essa versão mentirosa foi criticada por 20 governadores que assinam a nota dos governadores sobre os preços dos combustíveis. Mais uma vez o governador Ratinho Junior (PSD), não está entre aqueles que esclarecem à população. O governador é aliado do presidente.
A nota, publicada ontem (19) é curta. Tem apenas um parágrafo e fala que as altas são um problema nacional e que necessita de união entre poderes executivos.
“Os Governadores dos Entes Federados brasileiros signatários vêm a público esclarecer que, nos últimos 12 meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum Estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis ao longo desse período. Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e, não somente, de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema”, dizem.
O texto desmente a versão do presidente Bolsonaro de que os governadores são responsáveis pelo aumento dos combustíveis. Ela é assinada por governadores de oposição e, inclusive, por aliados do presidente Jair Bolsonaro, como os governadores do DF e Goiás.
Política pro mercado
O principal fator para os combustíveis estar tão caro é sua política de mercado que atrela o preço do barril à cotação internacional, aliado à constante alta do dólar. Na Câmara dos Deputados, em sabatina realizada na semana passada, o presidente da Petrobrás, general Joaquim Silva e Luna, tornou a referendar a política de Preço de Paridade de Importação (PPI).
O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, criticou Silva e Luna por mentir sobre a composição de custos da equivocada política de preço de paridade de importação. “Mais uma vez, ele preferiu culpar o ICMS pela contínua alta dos preços e não disse que o real motivo do governo Bolsonaro para a dolarização dos preços dos combustíveis é estimular uma política de incentivo às importações de derivados e de GLP, beneficiando produtores internacionais e importadores, como se o Brasil não produzisse aqui praticamente todo o petróleo que consome e não tivesse capacidade de refino”, afirmou.