Por Manoel Ramires/Senge-PR
No Brasil, disparou os casos de contaminação por Covid-19, com quase 200 mil casos confirmados e grande massa de subnotificação. O país já atingiu 12400 mortes, sendo que 881 aconteceram apenas no dia 12 de maio. Mesmo diante da gravidade, estados, município, governos e empresários têm adotado medidas antagônicas. O país tem ido do isolamento total (Lockdown) à canetadas do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ampliando atividades como essenciais. Por outro lado, o mapa de contaminação mostra que as cidades têm características diferentes na curva de transmissão, dependendo muito do seu tamanho, da sua densidade populacional e da forma como encara o vírus. Neste Giro das Regionais vamos ver como os municípios em que o Senge-PR tem sede estão lidando com a situação no atual momento.
De acordo com os dados da Secretaria de Saúde, o Paraná tinha 1996 casos confirmados em 13 de maio e 117 mortes. O estado tem conseguido controlar os óbitos, mas a curva de contaminados é ascendente. A maioria das contaminações estão na faixa entre 30 e 39 anos. São 469 casos. Jás as mortes ocorrem, em maior parte, em pessoas acima dos 80 anos. São 35 óbitos. Embora as mulheres registrem 51% das infectadas, a incidência de morte é maior entre os homens: 68% (80 óbitos). O Estado tem 48% dos leitos de UTI ocupados.
FOZ DO IGUAÇU DEBATE COVID-19 NA FRONTEIRA
– De acordo com a Regional de Foz do Iguaçu, o isolamento social está bastante frouxo. “Já houve rigidez, mas, agora, estamos praticamente em situação de não pandemia, embora a pandemia esteja ativa”, avalia Gilson Garcia, diretor regional. O sindicato tem monitorando as ações da sociedade como um todo, e na principal empresa em Foz, formadora de opiniões, e onde está nossa maior base de filiados, a Itaipu. “Lá ocorreram situações que foram caracterizadas como foco de disseminação, que levou a óbito de dois colegas motoristas de uma empresa terceirizada”, aponta a regional.
Houve uma reunião com colegas Paraguaios em que provavelmente resultou em 6 infectados. Então, de certa forma, embora a fronteira fechada, o vírus pode estar transitando entre os dois países dentro de Itaipu e no convívio Binacional. “Estamos tentando de todas as formas alertar a direção de Itaipu. Emitimos 3 ofícios, que foram respondidos com certo desprezo ou dizendo que foram tomadas todas as medidas e que elas são suficientes. Os novos casos mostram que eles não estão entendendo o que queremos colocar, discutir em termos de saúde pública e nos colocam fora do contexto”, alerta Gilson Garcia.
De acordo com a SESA, Foz do Iguaçu tem 71 casos atualmente, já recuperou 40 pessoas e duas faleceram por Covid-19
CASCAVEL CRIA FRONTEIRA PARA EVITAR TRANSMISSÃO
Sanepar faz desinfecção do entorno do HUOP e da Uopeccan em Cascavel. Foto: Sanepar
– Na cidade, “o comércio está funcionando normalmente, estamos com restrições de entrada de crianças no comércio, obrigado usar máscara na rua”, explica a regional. Por determinação da Prefeitura, os moradores deverão comunicar o governo municipal sobre saídas e retornos da cidade. Segundo o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC), a barreira social visa “criar um controle maior sobre a doença na cidade e evitar a propagação do novo coronavírus”. Cascavel tem 103 casos confirmados, 77 recuperados e cinco mortes.
Para os associados aos sindicato, o atendimento tem sido feito por telefone e e-mail. Cascavel realiza neste sábado (16), a primeira videoconferência para a diretoria avaliar os impactos do vírus.
LONDRINA ADOTA A EXPOSIÇÃO SOCIAL AO COVID-19
Ceasa de Londrina abriu no feriado de 1º de Maio. Foto: Ceasa.
– A cidade tem exposto socialmente a comunidade ao vírus. “Em Londrina praticamente todas os segmentos estão funcionando com restrições e em horários diferenciados , poucas pessoas infectadas, mas nas últimas 24h houve um aumento expressivo no número de casos suspeitos para o COVID-19”, informa a regional. Londrina é a segunda cidade com mais casos confirmados. O Ministério Público do Paraná chegou a mover ação contra a flexibilização do comércio. “O município de Londrina deve SE ABSTER de adotar qualquer medida que autorize o funcionamento de atividades não essenciais, enquanto durar o Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional”, diz a ação civil pública. A cidade tem 122 casos confirmados, outras 92 pessoas se recuperaram e 15 faleceram.
Quanto ao sindicato, assuntos relacionados a acordos trabalhistas, a Regional tem seguido as orientações do departamento jurídico do Senge. A regional tem realizado trabalho em home office e atendimento via e-mail, WhatsApp e telefone. As reuniões de diretoria serão realizadas via on-line.
PONTA GROSSA COM ISOLAMENTO MODERADO
– A avaliação é de que o isolamento social é moderado. A maioria está respeitando o uso de máscara e o distanciamento social. Ponta Grossa adotou o atendimento em lojas com hora marcada. Na cidade, a 11ª Promotoria de Justiça de Ponta Grossa ajuizou ação civil pública contra o Município requerendo a suspensão dos efeitos de decretos que flexibilizam o isolamento social e permitem a retomada de atividades comerciais consideradas não essenciais. Ponta Grossa tem 25 casos de contaminação atualmente e nenhum óbito.
A Regional adotou o trabalho em home office. Quando necessário, a funcionária vai ao correio enviar um documento. Ainda se está sendo “o mais cuidadoso possível e tomando as medidas de limpeza e higiene obrigatórias”.
SUDOESTE TEM BAIXA CONTAMINAÇÃO
| O Sudoeste também tem baixo registro de contaminação e mortes por Covid-19. Francisco Beltrão tem 9 casos confirmados e outros 4 recuperados. A região recebeu do Governo do Estado mais 120 leitos para tratar o coronavírus. Segundo o secretário da Casa Civil, Guto Silva, “a expansão é essencial para descentralizar a saúde no Estado e atender a população das regiões, principalmente durante o combate ao novo coronavírus no Paraná”.
MARINGÁ AFROUXA ISOLAMENTO E PERMITE EXPOSIÇÃO
Guarda Municipal de Maringá realiza operação em bares que desrespeitam decreto. Foto: Prefeitura de Maringá.
– O município tem 76 casos confirmados e 51 pessoas contaminadas já conseguiram se recuperar. Maringá registra 6 mortes. Bem antes do decreto presidencial que expõe socialmente as pessoas ao coronavírus, o município já havia editado decreto autorizando a reabertura de hotéis, feiras e salões de beleza. Para a Regional, “sobre o isolamento social, percebo que os municípios atuam diferentemente entre si. Maringá tem uma administração mais rigorosa que Paranavaí onde eu moro, comércio mais livre e se depara com a mais alta incidência de casos de coronavírus do Paraná”, avalia o diretor Sérgio Inácio Gomes.
O Sindicato tem atuações mais específicas e está conseguindo tratar as questões remotamente. A sede regional está fechada. A diretoria tem participado de muitas reuniões, tanto do Senge, do CREA ou de trabalho. “Quase o tempo todo em reuniões, inclusive já aconteceu de me conectar numa reunião pelo celular e outra pelo laptop”, comenta Sérgio.
Uma ação do SENGE na região de Maringá está sendo a discussão junto com os movimentos sociais de se articular para buscar ações contra o favorecimento da empresa de transporte coletivo, que “ganhou” por meio de uma ação judicial, quase quatro milhões por 21dias em virtude da redução de lucro.
CAMPO MOURÃO TEM BAIXA ADESÃO AO ISOLAMENTO SOCIAL
| Estudos realizados pela empresa “In-loco” mostra que o índice de isolamento social no município de Goioerê foi de 34%, no último dia 7 de maio. O levantamento foi realizado com a utilização de dados de aplicativos, com autorização de usuários (quando se permite que o aplicativo veja sua localização).
No levantamento divulgado, Iretama teve o melhor percentual (50%), seguida de Quarto Centenário (49%) e Farol (48%). Na ponta de baixo ficaram Fênix (23%) e Altamira do Paraná (24%).
Na Regional, “além do que é repassado pela sede sobre normas, direitos, etc, não temos tido demanda por parte dos associados. Quanto aos funcionários da entidade, eles estão seguindo o que estabeleceu a sede: a secretaria está em teletrabalho por conta de se tratar de grupo de risco.
FISENGE PROMOVE PESQUISA COM ENGENHEIROS
A Federação está perguntando aos engenheiros e engenheiras como estão suas condições de trabalho em tempos de pandemia. A pesquisa interroga sobre condições de trabalho dos profissionais em atividades presenciais e no home office. Clicando aqui, você pode responder sobre EPIs, o fornecimento de álcool gel e máscaras, se a empresa encaminhou algum acordo para redução de salário e jornada ou suspensão do contrato de trabalho e muito mais.
Com relação ao home office, a Fisenge questiona se o profissional recebeu condições de trabalho, sobre horas extras, custos transferidos para o trabalhador:” Seus custos com internet e energia elétrica são pagos pelo empregador?”, entre outros.