O intuito do governador Ratinho Júnior (PSD) de vender as empresas Copel Telecom e Compagas tem promovido reação do povo. Com objetivo de preservar o patrimônio, foi criado o Fórum Paranaense em defesa da Copel Telecom. Formado por entidades sindicais e membros da sociedade, o grupo tem buscado informar à população sobre os prejuízos que o Paraná pode ter com a privatização. O Fórum também age como um contraponto às declarações governistas de que a venda de empresas rentáveis é a única solução para o futuro delas.
A venda da Copel Telecom e da Compagas está na agenda de prioridades do Governo do Paraná. O presidente da Copel Telecom, Wendell Alexandre Paes Oliveira admitiu que foi contratado pelo governador Ratinho Júnior para vender a empresa, entregando ao mercado. Em seu discurso, ele alegou que a privatização da Copel Telecom se deve ao crescimento do mercado de banda larga e a maior competitividade de outras empresas. Para Wendell, apesar da empresa paranaense ser a líder na avaliação dos consumidores, não compensa competir com a OI, VIVO e outras.
“A Copel Telecom é uma empresa rentável e reconhecida. Tem estrutura e malha invejável, com equipe técnica considerada a melhor do mercado. Mas que não tinha concorrência. De dois anos para cá, a concorrência cresceu. Elas são maiores, mais ágeis e com mais capacidade de investimentos”, avaliou Wendell.
Esse posicionamento é questionado pelo Fórum que agora divulga o Boletim Energia Pura. Esse jornal traz um manifesto alertando que a privatização é um mau negócio para o Paraná. Seu conteúdo também aborda as ações que foram realizadas pelo Fórum como a divulgação de outdoor por cidades do estado. Para o Fórum, não há motivos privatizar uma empresa lidera mercado de banda larga e tem estrutura consolidada.
“A lucratividade da Copel Telecom tende a aumentar muito nos próximos anos devido a amortização/liquidação de dívidas associadas aos investimentos realizados e a demanda exponencial por serviços de transmissão de dados”, esclarece o manifesto.
O texto também destaca o caráter estratégico das empresas para o desenvolvimento do estado. “A Copel Telecom simplesmente interliga a maioria dos serviços públicos municipais, estaduais e federais que funcionam no Estado do Paraná: as escolas públicas, colégios e universidades públicas, os postos de saúde e hospitais, os serviços do DETRAN e da CELEPAR, as delegacias de polícia
civil, as unidades da PF e da PRF, das Forças Armadas, o CINDACTA e os aeroportos e, ainda, a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e a Justiça Federal”, alerta.
Projeto de Iniciativa Popular
Além de informar a população com Boletim, outdoor e comunicação nas redes sociais, o Fórum Paranaense em defesa da Copel Telecom pretende coletar 100 mil assinaturas nos próximos meses para um projeto de iniciativa popular que impeça a privatização das empresas. A mobilização ainda quer discutir com a sociedade alternativas à venda das empresas.
“Estão sendo compiladas informações técnico econômicas de domínio e interesse público para a campanha. Busca-se, em especial, apontar a importância da Copel Telecom para a democratização do acesso a informação, e da Compagas para a economia industrial do Paraná”, destaca o Fórum.