Por Manoel Ramires
Sofrendo fortes ataques do Governo Federal com o fim do imposto sindical, interferência no desconto em folha de pagamento e inibição de taxa assistencial, entre outros, os sindicatos continuam sendo responsáveis pela melhoria das condições financeiras dos trabalhadores. Neste FIO DA MEADA, vamos ver que aumentou o número de negociações com ganhos reais em 2019.
Levantamento do DIEESE mostra que de janeiro a agosto de 2019, 49,8% das negociações promoveram ganhos reais para os trabalhadores. Além disso, 25,1% das negociações pelo menos zeraram a inflação e outros 25,1% promoveram perdas aos trabalhadores.
O mês com melhor data-base ocorrem em agosto, com 75,9% de reajustes acima do INPC. Esse mês, no entanto, também teve 13,8% de negociações abaixo da inflação. A variação positiva foi de 0,74%.
Já em janeiro, 73% das negociações trouxeram ganhos reais e apenas 9,4% promoveram perdas salariais. Foram 1909 acordos com variação real positiva de 0,62%. O acumulado da inflação era de 3,97%, após meses de queda no governo de Michel Temer.
Os setores com melhores negociações foram do turismo e hospitalidade, com 69,3% das negociações acima do INPC, num total de 859 acordos, vigilantes, com 68,9% acima do INPC, e metalúrgicos, com 63,9% das 285 negociações registradas acima da inflação.
O Sistema de Acompanhamento do DIEESE notou que o mês de maio foi ruim para a negociação dos sindicatos com os patrões. 40,9% dos acordos ficaram abaixo da inflação, 33,9% apenas zeraram e 25,2% teve algum ganho real. Esse é o mês que registra mais acordos totalizando 2638.
Segundo os especialistas, “o resultado é devido principalmente à inflação. Em maio, o INPC acumulado em 12 meses atingiu o valor de 5,07%. É a maior inflação para data-base neste ano”. A variação média negativa foi de 0,16.
O setor com pior negociação, o rural, também apresenta ganhos reais no mesmo período. Dos 338 acordos celebrados, 37,5% foram abaixo do INPC, 24% pelo menos zeraram a inflação e outros 38,5% tiveram ganhos reais. O setor de têxteis e ensino privado também apresentam equilíbrio entre perdas e ganhos.
Enfrentando toda a crise financeira e com fechamento de postos de trabalho, o ramo da construção civil e mobiliário conseguiu 46,8% das negociações acima do INPC e outros 29,4% pelo menos repuseram a inflação.
Negociações do Senge-PR
As negociações do Senge-PR têm conquistado ganho real, mantido índice inflacionário e, principalmente direitos para os engenheiros do estado. São os casos do SESCAP-PR e SICEPOT, que renovaram a CCT, com o índice de 5%, fechando acima da inflação INPC 4,78%. Já com a Federação do Comércio, se manteve o índice de 4,78% 1. sem perda de benefícios.
Na COHAB e Compagas, houve o pagamento do INPC do período, 4,78% e 4,67%, respectivamente, sem perda de benefícios. Na Sanepar e no CREA, além da reposição da inflação no período da data-base, o sindicato ainda conseguiu a manutenção dos benefícios e impedir perdas de direitos.
Além disso, na Sanepar, em cinco anos, o PPR cresceu 139%. O valor deste ano, R$ 13,7 mil por empregado, é resultado da distribuição de R$ 96 milhões aos trabalhadores por conta das metas atingidas. Leia a matéria aqui.