Foto: Divulgação Sanepar 
A Sanepar possuía, em 2021, o mesmo quadro de funcionários de 2006. Após seis anos (2009-2015) contratando profissionais para ampliar sua capacidade de atendimento, a empresa de saneamento vem enxugando seus quadros por seis anos seguidos (2016-2021), sendo que a última redução foi de 8,9% ocorrida por causa do Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI), em 2021. Os números constam do relatório “Destaques da Evolução dos Empregos e do Perfil dos Trabalhadores da Sanepar em 2020”, elaborado pelo DIEESE do Paraná.
O documento ainda mostra que os funcionários tiveram ganho real no acumulado dos últimos 15 anos. “A remuneração média em dez/2020 foi de R$ 6.048,37, com crescimento de 160,54% em relação a 2006, que era de R$ 2.321,51. Considerando que a inflação acumulada no período de 2007 a 2020 foi de 116,28%, então verificou-se ganho real acumulado no período de 20,26%”, calcula o DIEESE.
MAIS COM MENOS GENTE
O projeto de enxugamento do quadro de funcionários é uma política adotada no Governo de Beto Richa (PSDB) e continuada no Governo Ratinho Junior (PSD), que integrou o governo do tucano. A Sanepar cortou 8,9% do número de empregados (de 6.931 para 6.328 empregados em 31 de março de 2020 e 31 de março de 2021, respectivamente), em consequência do Programa de Aposentadoria Incentivada – PAI. As demissões levaram a uma redução de 5,7% dos custos da empresa com pessoal.
Uma fonte anônima esclareceu que, para a Sanepar, os cortes ocorrem para se adequar a Lei do Saneamento. “Os empregados teriam que ser tão competitivos como nas empresas privadas. Para competir com o mercado privado e considerando que a Sanepar tem todo o peso da burocracia nas costas, só os funcionários sendo ‘cada vez melhores’, fazendo mais com menos gente”, observou uma fonte.
IGUALDADE DE GÊNERO
Em 15 anos, mais mulheres foram contratadas pela Sanepar. No entanto, elas são apenas um quinto dos funcionários. “Entre o período de 2006 e 2020, o crescimento do emprego entre as mulheres (11,67%) foi maior do que entre os homens (2,14%). Apesar do crescimento percentual feminino ter sido maior do que o masculino, a participação das mulheres pouco avançou no período, passando de 19,3% para 20,8%”, compara a nota.
