“As conquistas históricas, acumuladas pela atuação organizada os sindicatos, desde o início do século XX, há mais de 100 anos, estão ameaçadas”, disse o novo diretor-geral da Regional de Foz do Iguaçu, engenheiro eletricista Gilson Branco Garcia, na cerimônia de posse realizada nesta quinta-feira (22).
Para além das lutas e demandas locais e corporativas que estarão nos compromissos da nova diretoria no próximo triênio, o novo diretor-geral frisou a gravidade do momento nacional vivido no Brasil.
Gilson Branco Garcia, diretor-geral da Regional de Foz do Iguaçu
A possibilidade de negociação individual, um dos pontos propostos da reforma trabalhista, é apresentado pelo engenheiro como um dos piores ataques.
“Estaremos alinhados com a unidade sindical e popular de Foz do Iguaçu e na corrente de resistência, estabelecida e crescente por todo o todo o Brasil, na defesa dos legítimos direitos da classe trabalhadora a qual nós pertencemos”, garantiu.
O fortalecimento do Senge Jovem foi apresentado por Branco Garcia como uma das principais metas da nova gestão. Para o engenheiro, o projeto com os estudantes é uma “função ampliada do Sindicato, um investimento que contribui na formação técnica e cidadã dos futuros engenheiros”.
O engenheiro lembra o pioneirismo da Regional em criar a semana do Jovem Engenheiro, já realizada duas vezes, em 2015 e 2016, com participação total de 825 estudantes. A experiência serviu de inspiração para outras regionais.
A consolidação do Conselho Regional Sindical, previsto no estatuto do Senge, é outro objetivo central da nova diretoria, com a intenção de aumentar o envolvimento da categoria. Também está no horizonte a expansão da base regional e diversificar os locais de trabalho dos associados, para ir além das fronteiras de Foz do Iguaçu e da Itaipu.
José Quirilos Assis Neto, ex-diretor-geral da Regional Foz do Iguaçu
Para José Quirilos Assis Neto, engenheiro eletricista, ex-diretor-geral da Regional do Senge em Foz do Iguaçu, os resultados alcançados pela gestão que coordenou foram frutos de uma atuação efetiva de toda a diretoria.
“Das diretorias que eu acompanhei, foi a mais participativa. Toda a diretoria atuou de fato como um grupo, que atuou em conjunto na maioria das ações. Dificilmente a gente fez uma ação de era um diretor sozinho”.
Entre as conquistas mais relevantes da gestão está o pagamento correto do adicional de periculosidade aos engenheiros da Itaipu, após uma luta de 23 anos, já encampada por diretorias anteriores da regional. “Nós tivemos o prazer de colher esses frutos”. O adicional está sendo pago corretamente desde 2015.
Após vencer uma ação na justiça, desde 2016 começou a aplicação do salário mínimo da categoria para os engenheiros da empresa. A ação judicial para cobrar este direito foi aberta em 2006, e avançou a partir da atuação conjunta entre o Senge e o CREA-PR.
Assis Neto reafirmou o papel estratégico do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em que os engenheiros têm uma contribuição decisiva. “Ali se desenvolve muita coisa, se pesquisa tecnologia, com várias empresas encubas, desenvolvendo tecnologia nacional”. Para o engenheiro, a “nação precisa” de iniciativas como o PTI, que devem ser replicadas. “Enquanto a gente não tiver domínio das tecnologias, não vamos ter soberania nacional”, afirma.
Confira a composição da nova diretoria regional
Diretor Geral Regional Engenheiro Eletricista Gilson Branco Garcia
Diretor Regional Secretário Engenheiro Civil Pablo Braga Machado
Diretor Regional Financeiro Engenheiro Civil Jorge Oscar Darif
Diretor Regional Engenheiro Agrônomo Airton Piana
Diretor Regional Engenheiro Eletricista Gilson Nakagaki
Diretor Regional Engenheiro Civil Laurindo Reno Costa
Diretor Regional Engenheiro Civil Newton Rogerio Rutz da Silva
Diretor Regional Engenheiro Eletricista Rafael Rodrigo Druzian
Diretor Regional Engenheiro Eletricista Tacio Fonseca Demarchi
Diretor Regional Engenheiro Eletricista José Quirilos Assis Neto
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Carlos Roberto Bittencourt, presidente do Senge
O presidente da direção Estadual do Senge, engenheiro agrônomo Carlos Roberto Bittencourt, enalteceu a atuação participação da Regional da luta contra as reformas trabalhista e previdenciária, inclusive tendo sido a única Regional a realizar assembleia de mobilização para a histórica greve geral do dia 28 de abril.
Para o presidente, as reformas estruturais que o presidente Michel Temer (PMDB) e maioria do Congresso buscam implementar em nada condizem com o programa aprovado nas urnas nas eleições presidenciais de 2014.
“Uma coalizão neoliberal quer reformar o país colocando abaixo as vigas de sustentação dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários. Fazem isso a despeito da Constituição Federal, numa velocidade incompatível com o debate democrático”.
Como saídas, Bittencourt aponto a necessidade de avanço na unidade entre as forças populares, a saída de Michel Temer da presidência e a realização imediata de eleições diretas.
Joel Kruger, presidente do CREA-PR
Joel Kruger, presidente do CREA-PR e integrante da direção estadual do Senge-PR, enaltece a urgência de defender a engenharia e a soberania nacional, ameaçadas por privatizações, desmonte de empresas públicas, desnacionalização de setores estratégicos como o do petróleo. “Uma engenharia que construiu Itaipu é uma das melhores engenharias do planeta. Então nós não devemos nada para ninguém de fora e nós precisamos fazer essa defesa”.
Nilton Aparecido Bobato, vice-prefeito de Foz do Iguaçu
O vice-prefeito de Foz do Iguaçu, Nilton Aparecido Bobato, também esteve presente na posse. Por acompanhar o trabalho do Senge há muito tempo, avalia que a entidade se consolidou como um sindicato que, além da luta corporativa, atua para uma sociedade mais justa, humana e igualitária.
“Desejo que esta nova gestão seja profícua, voltada para o desenvolvimento humano, para a construção de um sindicato melhor, que é disso que a sociedade precisa, de ter força para lutar”.
Janaína Flores, coordenadora do Senge jovem em Foz do Iguaçu
Janaína Flores, coordenadora do Senge jovem em Foz do Iguaçu, confirmou a relevância do projeto para a formação dos futuros engenheiros, como profissionais mais humanos, que pensem nas pessoas e no bem da sociedade.
“No Senge Jovem eu sinto que estou tentando fazer algo, lutando por uma engenharia melhor e me tornando melhor. Acredito que esse também seja o pensamento de todos os meus colegas do Senge Jovem. Assim como acredito que seja isso que o Senge busca, lutar por uma engenharia melhor e, com isso, dar uma contribuição para o um país melhor. E é isso que nós do Senge jovem estamos aprendemos a buscar”, garantiu.
