Foto: Divulgação CREA-PR 
Um dos temas do 29º Fórum de Docentes e Discentes do Crea-PR, que ocorreu em Cascavel, abordou a realização de estágio e primeiro emprego para estudantes de engenharia. Profissionais deram dicas de como fazer e qual é a importância do estágio, seja ele obrigatório ou não. Também deram conselho sobre a importância de apresentar o currículo nas redes sociais.
Na Mesa Redonda Estágio e Oportunidades de Carreira, a Professora Eng.ª Agríc. Monica Sarolli Silva de Mendonça Costa, que ministra a disciplina de Estágio Supervisionado desde 2015 na Unioeste, falou sobre estágio obrigatório e não obrigatório (remunerado x supervisionado), as diferenças conforme a legislação, e passou dicas importantes aos acadêmicos na hora de iniciar suas experiências de trabalho.
“Façam estágio não obrigatório, desde o início, assim que puderem. É uma vantagem para quando forem fazer o obrigatório, além de já terem mais vivência no mundo do trabalho, experiência e conhecimento”, indica a professora. E deixou uma mensagem final: “reflitam sobre o que te move e o que você está fazendo. E não ignorem o recurso mais valioso que vocês têm, o conhecimento”.
A administradora Isabela Tori, tech recruter em uma multinacional nos Estados Unidos e no Brasil (recrutadora na área tecnológica), falou sobre a importância e as informações do Curriculum Vitae (CV) e Curriculum Lattes).
“O CV é aquele enviado às empresas, um documento da sua trajetória profissional, e deve envolver dados técnicos do seu conhecimento”, diz. A painelista passou diversas dicas para o desenvolvimento do CV como os cuidados na elaboração, não colocar dados comportamentais, quais dados pessoais devem constar, objetivo e experiência profissional, idiomas, cursos e informações adicionais.
“Os pontos vitais são a experiência profissional com descrição das atividades e uso palavras-chave (principalmente de acordo com a vaga buscada) e inserir informações pessoais que possuam efetividade para o contato”, indica Isabela.
O Curriculum Lattes é uma plataforma virtual organizada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), utilizado predominantemente pelo meio acadêmico, que pode ser pré-requisito para entrar em um mestrado ou doutorado, e também utilizado por estudantes para participar de projetos de pesquisa.
Fechando sua participação, ela falou sobre as redes sociais e empregabilidade. Para Isabela Tori, a empregabilidade é uma característica profissional atrelada à constante atualização e ao desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais. As redes sociais têm influência direta na contratação ou demissão dos profissionais, pois “existem recrutadores que stalkeiam (pesquisam os perfis) os candidatos, então é importante tomar cuidado com os temas que podem ser polêmicos e tornar-se pontos de divergência. Além disso, expor de clientes, funcionários ou material confidencial e de insatisfações pode causar inclusive demissões, seja por desaprovação da empresa ou por infringir mesmo uma lei”.
Linkedin no topo
A administradora explicou que atualmente o LinkedIn (LK) é a maior rede social corporativa do mundo, com mais de 51 milhões de usuários no Brasil (dados de 2021). A comunidade brasileira na rede é a 4ª maior do mundo, e ela possibilita ter perfis de empresas, pessoais e portais de vagas.
“Fazendo um comparativo, é como um Facebook de trabalho, pois você pode fazer postagens e ter o seu currículo publicado, fazer conexões e interagir com as pessoas, ter acesso às informações das empresas (tamanho, origem e postagens)”, explica Isabela.
A rede oportuniza também um portal de vagas onde as empresas divulgam suas necessidades e os usuários podem se inscrever. “É importante cadastrar o seu currículo com palavras-chave para ser encontrado, pois a busca e seleção de candidatos é feita desta forma”, conta. Isabela conta que ela trabalha só com o LK, todo o processo desde a publicação da vaga até a contratação é feito na rede, que já é uma ferramenta pronta e muito prática conforme sua fala.
Ela deixou algumas dicas: “empregabilidade é se manter ativo e atualizado, entender o que o mercado precisa e se preparar, então é importante manter o seu perfil no LK atualizado fazer conexões com outras pessoas, interagir na plataforma, fazer cursos do LinkedIn Learning e outras plataformas e sempre divulgar as suas atualizações”. E finaliza: “não desistam e saber quem você é te leva a milhares de lugares”.
Empresas Juniores
O último tema do dia para os discentes foi Empresas Juniores, o que são, a importância de registro no Crea-PR, legislação, atuação e cases.
As facilitadoras do Crea-PR Viviani Hannebauer e Cláudia Regina Onishi Beraldo explicaram sobre como funciona o registro e a fiscalização das empresas juniores pelo Conselho. Elas abordaram que o registro é essencial para a atuação regulamentada da empresa, “como se trata do fornecimento de serviços de engenharia, para que a empresa atue é obrigatório o seu registro e do responsável técnico, que deve ser um professor da instituição de ensino”, diz Viviani. Elas demonstraram também dados sobre o registro de empresas juniores no Conselho no Paraná, que hoje totalizam 34.
A Julia Rodrigues Reganham, diretora de inteligência da Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná e presidente do Conselho de Empresas Juniores explicou como funciona a criação da empresa e mostrou dados bastante significativos dessas juniores no Estado, que movimentam um grande número de acadêmicos e têm tido valores expressivos de movimentação financeira. Como são empresas sem fim lucrativo, o valor arrecadado é revertido em investimento para a própria empresa.
Representantes da equipe da empresa júnior Up Engenharia, Jaíne de Lara Fernandes, diretora presidente, e Jennifer Luana Gomes, diretora comercial, contaram sobre as experiências positivas na empresa desde sua fundação. “Hoje já contabilizamos mais de 110 projetos de engenharia e além do conhecimento e experiência temos orgulho de cada passo do nosso trabalho”, diz Jennifer.
Após o dia de programação, os acadêmicos participaram de uma visita técnica aos laboratórios de engenharia e à fazenda escola da FAG.
