21 de março é o Dia Mundial da Poesia. Para marcar a data, a Biblioteca de Ciências Florestais e da Madeira da UFPR está organizando uma exposição que começa hoje. Para esse evento, a diretora do Senge-PR, a engenheira Maria Wanda de Alencar Ramos, encaminhou o poema “Aquela Mulher”. A engenheira agrônoma ganhou recentemente um concurso de conto com enredo parecido: abordando a mulher do campo.
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Confira o poema
Aquela mulher
- Sou aquela mulher que nasceu no campo
- Sobre as paisagens da Caatinga desabrochei,
- Caracterizo-me mais pelas flores do umbuzueiro
- Do que pelos espinhos dos Cactos,
- Não que eu não os tenha.
- Aprendi que livros, arte e poesia,
- São instrumentos de libertação
- Para as mulheres do campo,
- Que cheiramos a terra molhada
- Após as chuvas de verão,
- De onde germinam os brotos dos frutos do amanhã.
- Como mulher do campo aprendi a mirar pássaros
- Entre o plantio da semente no solo,
- Muitas vezes pedregoso, porém, carregado de certezas da colheita.
- No campo aprendi que para colher
- Tem-se antes que semear, e foi
- Semeando grãos e gramíneas
- Sob o sol que resplandece nas manhãs de primavera,
- Que faz brotar as flores lilás do feijão
- Que balança a cabeleira nos diversos tons do milho
- Acrescentado ao ritmo sonoro das músicas dos pássaros
- Que aprendemos a dançar os bailes da vida,
- Na cadência de cores, sons e horizontes infinitos
- Revolvendo o solo,
- Plantando a semente,
- Colhendo os frutos
- Compreendendo que são partes do mesmo ciclo.
- Ciclo das águas
- Ciclo das mulheres
- Ciclos da vida