Dia internacional da Mulher: uma data para durar um ano

Senge Paraná
08.MAR.2017

A cada 8 de março, ano após ano, os motivos para lutar pelo fim da violência e pela igualdade de direitos entre homens e mulheres permanecem. O Brasil amarga o 5º lugar no ranking mundial de violência contra a mulher e a desigualdade salarial faz com que as mulheres ganhem 25% a menos, com jornadas de trabalho de 5 horas semanais a mais que os homens.

A realidade de desigualdades e opressões históricas tem se agravado nos últimos anos em todo o mundo, e também no Brasil, nos últimos meses, pela ação do governo de Michel Temer, em especial pelas propostas de reforma da previdência e trabalhista. Se aprovadas, ambas irão prejudicar toda a população trabalhadora, mas, de maneira ainda mais contundente, as mulheres.

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Por outro lado, o Dia Internacional da Mulher em 2017 marca uma data de mobilização nacional unificada e interiorizada. No Paraná, atos e marchas tomam as ruas de 10 municípios, para além da capital. Em outra dezena de cidades ocorrem debates e formações acerca dos direitos e do protagonismo feminino. Um deles, inclusive, é iniciativa do Coletivo de Mulheres do Senge em Campo Mourão.

Desses e de tantos outros dias de luta ao longo dos anos é que vêm conquistas significativas das mulheres brasileiras. É visível que o descompasso histórico de oportunidades tem se modificado. Para as mulheres engenheiras, assim como para as demais, a batalha vem desde o acesso à universidade. No Paraná, somente em 1945 uma mulher pode se formar engenheira – 33 anos após a abertura do Curso de Engenharia Civil da UFPR. Foi Enedina Alves Marques, que, além do machismo, enfrentou o racismo para acessar o ensino superior. A segunda, Francisca Maria Garfunkel Richbieter, recebeu o diploma em 1950.

De lá para cá, muita coisa mudou. Entre 2012 e 2015, o número de mulheres engenheiras aumentou 33,6% e chegou a mais de 123 mil profissionais de todas as subáreas. Os salários continuam desiguais, no entanto, a cada ano a desproporção diminui. Em 2015, o salário médio de uma engenheira era R$ 8,1 mil, enquanto os engenheiros recebiam R$ 9,7 mil.

Neste Dia Internacional da Mulher, renovamos o compromisso do Senge de fazer com que um tema dessa magnitude resista ao longo do ano, de atuar, de maneira cotidiana, por igualdade, contra a violência, e, em especial, pelos direitos das mulheres trabalhadoras da engenharia.

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