Pelo menos duas horas e meia de paralisação e recado dado. Os profissionais do Tecpar não estão dispostos a ficar esperando a boa vontade do Governo do Estado para honrar seus compromissos. A manifestação deste dia 20 de abril sinalizou para a necessidade urgente do Instituto implementar a incorporação dos reajustes atrasados dos últimos quatro anos e apresentar o calendário de indenização relativos aos meses não pagos. Segundo o Tecpar, até maio sai tudo. A possibilidade foi informada durante reunião de conciliação na Cejusc no último dia 19, quando foi pedido prazo de mais 20 dias para aceitar os últimos detalhes financeiros.
A manifestação começou por volta das 07h00, sendo organizada pelo Sindaspp, Senge-PR e Siquim, e mostrou a seriedade e responsabilidade do movimento. Mesmo diante de mais um compromisso postergado, o coletivo de trabalhadores entendeu que o melhor é aguardar o prazo pedido na mediação da Justiça do Trabalho. Durante a reunião, os emissores da Tecpar disseram que a análise da proposta havia recebido parecer positivo da Diretoria de Orçamento e Orçamento, aguarda aval apenas da Contabilidade Em seguida, o texto para a Casa Civil e, por fim, deve receber parecer positivo do CCEE (Conselho de Controle das Empresas Estatais), segundo o próprio representante do governo.
Diante disso, a opção é dar prazo para que a proposta seja finalizada até 10 de maio. Após isso, uma nova conciliação deve ser agendada. Caso o texto não seja favorável, uma nova paralisação está agendada para 17 de maio. Enquanto isso, o estado de greve segue mantido.
“A avaliação é que nem ameaças e opiniões particulares contra o movimento serviram para desmobilizar os funcionários do Tecpar. Pelo contrário, uniu a todos. Estivemos presentes na manhã, uma Comissão de Funcionários foi recebida pela presidência e ainda demonstramos o grau de maturidade do movimento”, se posiciona Leandro Grassmann, presidente do Senge-PR.
Já o coordenador-geral do Sindaspp, Ivo Petry Sobrinho, reforçou que o Ministério Público do Trabalho está ao lado do movimento. Segundo ele, o conselho do MP é aguardar o novo prazo solicitado pela direção do Tecpar. “A empresa levou a intenção de colocar na folha de maio os índices e trazer a proposta de parcelamento. Como a gente atua dentro da legalidade, pedimos uma posição do MP, que nos dá respaldo neste movimento, e a orientar é esperar”, contextualizou.
Histórico recente da negociação
Embora o prazo de um mês não tenha sido cumprido pelo governo, a expectativa é de avanço no processo. No último dia 18 de abril completou um mês desde quando o governador Ratinho Junior (PSD) autorizou o acordo para solucionar ações judiciais pendentes e indenizar os trabalhadores por reajustes não aplicados. A demora se deve a lenta tramitação nas secretarias.
Em reunião na Superintendência Regional do Trabalho (DRT-PR) – a terceira – os emissores da Tecpar disseram que uma proposta está tramitando e com pareceres positivos. Informação reforçada no dia 19, no Cejusc.
O que está em discussão
Na pauta está a reclamação contra o calote: o “descumprimento de Legislação Trabalhista – reajustes salariais pendentes de 4 (quatro) convenções coletivas de trabalho, respectivamente 3%, 5%, 2,5% e 8,9%; igualmente, a correção do vale refeição nesses períodos; também pendente, triênio. Os trabalhadores apontam que têm perdas de 5 salários e 3 mil em vale alimentação não recebido por conta do calotaço. Unidos, eles reforçam o discurso: “Governador, faça o pix”.