Governador e presidente da Copel e Copel Telecom durante leilão de empresa de banda larga. Foto: Rodrigo Félix Leal. 
Está no Diário Oficial. O Governo do Paraná está contratando da Copel Telecom, empresa que ele privatizou, serviços emergencias para operação de dados e rede corporativa do Estado, por R$ 22 milhões. O contrato gera polêmica porque o Paraná estaria contratando um serviço que já era prestado pela ex-empresa pertencente à Copel antes da venda de parte da companhia.
O contrato emergencial ainda descreve que o serviço a ser prestado atende a escritórios regionais das secretarias do Paraná e demais órgãos distribuídos pelos municípios paranaenses.
Para o deputado Arilson Chiorato (PT), o governo Ratinho Junior (PSD) está fazendo justamente o que era alertado antes da privatização. Segundo ele, a Copel Telecom, que desempenhava uma enorme função social no Paraná – ligando a fibra óptica em todos os 399 municípios -, foi entregue ao grande capital, em um processo de desmonte injustificável! Além de tudo a empresa dava lucro. “Agora o Governo paga por um serviço que prestava”
Na avaliação de pessoas ligadas a Copel, esse serviço era prestado ao Governo do Estado, mas não era “de graça”. O governo sempre pagou pelo serviço. Só devemos avaliar em relação ao valor se ele é maior ou menor agora”, esclarece a fonte.
De olho nos custos
Por outro lado, é de se observar que essa “troca de prestadores” de serviço já era prevista e um dos pontos de crítica na privatização. Ou seja, porque o governo abriria mão de um serviço que necessita contratar posteriormente? Em 2019, antes de todo o processo de venda, o alerta era dado pelo Senge-PR em artigo.
“Estas Partes Relacionadas repassaram aproximadamente R$ 20 milhões pela remuneração dos serviços prestados. Os dados estão disponíveis no balanço da Copel Telecom. De acordo com a Celepar, os números de março de 2019 mostram que a Copel Telecom fornece 167 acessos da Rede de Alta Velocidade e 3352 acessos de banda larga aos órgãos do Governo Estadual”, aponta Leandro Grassmann, presidente do Senge-PR.
Sendo assim, o aumento no contrato aparentemente é de 10% do que já se pagava. Resta monitorar para ver se os valores continuarão subindo.
