“Defender a Petrobras é defender a engenharia nacional e o Brasil”, afirmou o presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Clovis Nascimento, que esteve presente no ato em defesa da Petrobras ontem (24/2), no Rio de Janeiro. Convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), a manifestação reuniu milhares de manifestantes na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Clovis Nascimento enfatizou que não podemos nos curvar àqueles que querem, sob a sanha da corrupção, privatizar a Petrobras. “Queremos punição e responsabilização, sem que tais atos incorram na entrega do maior empresa brasileira para as mãos de empresas estrangeiras. Estamos ao lado daqueles que defendem a Petrobras, a engenharia nacional e o Brasil”, ressaltou.
O ato contou com a participação de intelectuais, engenheiros, petroleiros, jornalistas, sindicalistas, estudantes e movimentos sociais, além da presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O que a gente não pode é jogar a Petrobras fora por causa de meia dúzia de pessoas”, disse Lula, lembrando do seu orgulho de ter visitado inúmeras vezes a Petrobras, durante seu mandato, e inaugurado diversas plataformas e sondas. Ele ressaltou que, historicamente, a mesma estratégia é utilizada: a de criminalizar antes de julgar. O representante da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, Wadih Damous, também falou da importância de não condenar as pessoas antes do devido julgamento. Lula frisou ainda a importância do modelo de partilha e os interesses que foram contrariados com eles. Em nome dos movimentos sociais rurais, João Pedro Stédile ressaltou que “o que está em jogo não é a corrupção, é a lei de partilha. O que está em jogo é quem ficará com o lucro do petróleo e eles não aceitam que vá para educação e saúde”.
José Maria Rangel, coordenador geral da FUP, também afirmou que os trabalhadores não devem ter vergonha da empresa. “Nossa Petrobras não é a do Paulo Roberto Costa, do Barusco, desses predadores.” Ele lembrou que a história da Petrobras foi feita nas ruas do país: “Nós defendemos nossa empresa nas ruas e iremos novamente para as ruas para defender a Petrobras, custe o que custar”. O presidente da CUT, Vagner Freitas. falou que aqueles que acusam a Petrobras não têm moral para fazê-lo e defendeu que, para acabar com a corrupção de verdade, é preciso fazer a reforma política e pôr fim ao financiamento empresarial.