Coletivos sindicais da Copel protocolam pauta de reivindicações

Ganho real, PDV e Plano de Carreira estão no centro do debate

Pauta foi protocolada no dia 29 de julho
Comunicação
29.JUL.2024

Uma nova negociação com alguns novos atores. Os coletivos sindicais CSEC e CSMEC protocolaram no dia 29 de julho a pauta de reivindicações relativa ao acordo coletivo de trabalho. Agora, a negociação é com a Copel Corporação, uma vez que a companhia de energia foi privatizada em 2023. O último acordo celebrado tem vigência de 01º de janeiro de 2023 a 31 de dezembro de 2024 e a data-base da categoria é em 01º de outubro. A pauta protocolada prevê um ACT por dois anos: 2025/26.

O processo de negociação deve ser firmado em meio a uma nova realidade: a empresa deve fechar 1438 postos de trabalho a partir de 14 de agosto, quando encerra o atual PDV, além de ter iniciado o Programa de Mobilidade Interna, realocando profissionais. 

Para a próxima negociação, os Coletivos querem a manutenção da cláusula do PDV 23. A permanência é para que os copelianos que aderiram ao programa, mas não foram contemplados, ficando de fora do limite, façam jus aos mesmo critérios financeiros e de direitos adotados. Além disso, novas adesões ao PDVs 24/25, também previstos no ACT anterior, serão regulamentadas pela cláusula específica.  

Cláusulas econômicas reivindicam ganho real

Ainda neste novo acordo, os sindicatos estabelecem cláusulas econômicas após realizarem consultas as suas bases, unificando o texto. A minuta prevê aplicação integral do índice inflacionário nos respectivos períodos acrescidos de 3% a título de ganho real em cada período. Também se pede abono de cinco mil reais em cada ano de acordo e reajuste da inflação para o Programa de Alimentação do Trabalhador, somando mais 5% de ganho real.

A mesma reposição da inflação somada ao aumento de 5% também é previsto nos auxílios Auxílio Educação, Creche e Pessoas com Deficiência. Com relação a jornada de trabalho é solicitado a implementação do Home Office híbrido, sendo 4 dias em home office e 1 dia presencial.

Dois pontos da pauta chamam destaque: Programa de Mobilidade e Plano de Cargos e Salários. No primeiro item, a Copel deve se comprometer a discutir com as entidades sindicais o plano de mobilidade de pessoal, bem como não substituir o quadro próprio por terceiros e não realizar fechamento de setores. Já na Carreira, “A Copel garantirá verba mínima de 10% da folha para progressão de carreira e garantirá que as atividades dos empregados sejam realizadas dentro dos limites de saúde física e mental, com a carga horária e volume de trabalho adequados a cada atividade e função, respeitando prazos exequíveis.

Valorização da engenharia

O salário inicial de contratação dos profissionais abrangidos pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (SENGE-PR) obedecerá ao estabelecido na Lei 4.950-A/66 e na ata de julgamento das Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs) 53, 149 e 171 pelo STF – Supremo Tribunal Federal, estabelecido em R$10.302,00 (Dez mil trezentos e dois reais). 

::. Confira a íntegra da Pauta de Reivindicações 2024

Novos “donos da Copel”

A negociação desta vez traz um cenário em que o Governo do Paraná não é mais o controlador principal da empresa. Com a venda das ações, o estado detém 27,6% das ações ordinárias e 15,9% das ações totais. Por outro lado, o Estado do Paraná ainda possui uma ação preferencial de classe especial com poder de veto conforme estabelecido no Estatuto. Além disso, o CEO da Copel, Daniel Pimentel, é indicação do governador Ratinho Junior (PSD). Em seguida vem o BNDESPar, empresa do BNDES e controlada pelo Governo Federal. São 10,1% das ações ordinárias e 22% no total. Já sob a custódia da Bolsa de Valores estão 62,1% das ordinárias e 61,9% do total. Nenhum agente privado detém mais ações do que o Estado.

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