O Coletivo de Mulheres do Senge-PR participou ativamente do Encontro Paranaense de Entidades de Classe (EPEC), realizado no dia 21 de novembro de 2024, no Rafain Palace Hotel & Convention, em Foz do Iguaçu. Representado pela engenheira Ágatha Branco, vice-presidente do Senge-PR e diretora do coletivo, o evento reuniu também diversas mulheres coordenadoras e integrantes de comitês de mulheres de diferentes entidades de classe da engenharia, agronomia e geociências.
Durante sua apresentação, Ágatha destacou que 2025 marcará os 90 anos do Senge-PR, uma história de lutas e realizações para fortalecer a engenharia no estado. Ela relembrou o papel do sindicato no apoio aos jovens, com iniciativas como o Senge Jovem, e o compromisso com a diversidade por meio do Comitê de Diversidade e Inclusão, que desenvolve ações voltadas à comunidade LGBTQIA+. O Coletivo de Mulheres, criado há mais de cinco anos, é outro exemplo de como o Senge-PR se posiciona em prol da equidade. O coletivo reúne engenheiras de diversas regiões do Paraná para debater, construir e implementar ações que ampliem a presença feminina em espaços de poder e defendam os direitos das mulheres na profissão.
Elaine Santana, integrante do Comitê Gestor do Programa Mulher do Confea em 2024 e indicada como representante do Colégio de Entidades Nacionais (CDEN), destacou o caminho que as mulheres do sistema podem trilhar para chegar a cargos de liderança, explicando a composição do comitê gestor e como cada uma pode acessar esse espaço. Durante sua fala, Elaine compartilhou um pouco da sua história, como servidora efetiva do Crea, concursada, e depois como cargo comissionado. Ela destacou a importância do trabalho nas entidades de classe, lembrando como fortaleceu o sindicato em Aracaju, agregando diversas mulheres à diretoria. Hoje, o Senge-SE tem uma mulher como presidenta: Marina, agrônoma que foi vice do ex-presidente que se afastou para assumir como conselheiro federal. Para a nova gestão 2025/2027, Elaine foi eleita presidente.
Elaine também enfatizou a necessidade de trabalho conjunto e da realização de eventos, mencionando as dificuldades enfrentadas pelas mulheres, até mesmo no ambiente sindical. Chamou as jovens profissionais a ficarem atentas e a estreitar laços, oferecendo auxílio financeiro aos eventos estudantis como estratégia para a renovação e acolhimento de mais mulheres no sistema. Ela concluiu com um apelo para que as mulheres se mantenham firmes, alegres e confiantes nas mudanças, passando entusiasmo nas falas e sempre caminhando juntas, pois “ninguém constrói nada sozinha.”
A deputada Leandre Dal Ponte, engenheira civil, foi representada por sua assessoria, que também destacou a importância da presença feminina nos espaços de decisão, tanto na engenharia quanto na política.
Ágatha compartilhou dados relevantes sobre a representatividade feminina na engenharia. Das 80 mil profissionais registradas no CREA-PR em 2024, apenas 16,6% são mulheres, e entre as associadas ao Senge-PR, o percentual é de 13,62%. Para mudar essa realidade, o coletivo tem desenvolvido ações de impacto, como o evento “Meninas e Mulheres na Ciência”, realizado em parceria com quatro entidades locais e inserido no calendário oficial do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A iniciativa promoveu diálogos com jovens estudantes e organizações da sociedade civil organizada. Outra ação de destaque é o podcast “Fala, Engenheira”!, que terá 10 episódios abordando temas amplos para a categoria e conteúdos direcionados especificamente às mulheres na engenharia. O coletivo também promove campanhas de apoio e arrecadação para mulheres em situação de vulnerabilidade, além de organizar eventos marcantes como o Dia Internacional da Mulher e debates sobre igualdade de gênero em parceria com entidades como o CREA-PR.
Além de refletir sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na engenharia, Ágatha anunciou que o coletivo continuará promovendo ações que deem visibilidade à pauta feminina e ampliem a participação de mulheres no setor. Entre os projetos futuros, a vice-presidente destacou a intenção de fortalecer parcerias com entidades locais e nacionais e consolidar o papel do Senge-PR como agente transformador em prol da equidade. “Somente com ações concretas e diálogo contínuo conseguiremos transformar a engenharia em um espaço mais inclusivo e igualitário. Estamos comprometidas em construir um futuro onde as mulheres tenham cada vez mais voz e reconhecimento”, afirmou Ágatha.
O encontro reforçou a importância de iniciativas conjuntas entre os coletivos femininos das entidades de engenharia e apontou caminhos para um futuro mais diverso e equitativo na profissão.