Por Orlando Lisboa
Coletivo de Aposentados do SengePR
Resenha do Livro “Terra Sonâmbula”
Mia Couto, escritor moçambicano, é amplamente apreciado pelos leitores brasileiros, sendo o mais popular entre os escritores de Moçambique nesse público. Descendente de portugueses, Couto possui formação em Biologia e já atuou como jornalista. Ele é reconhecido por sua habilidade tanto na prosa quanto na poesia, tendo sido agraciado com diversos prêmios, incluindo o prestigiado Prêmio Camões. Além disso, é sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Entre suas diversas obras, “Terra Sonâmbula” destaca-se como um poderoso retrato da vida de pessoas simples em Moçambique, um país marcado por conflitos intensos. Situado inicialmente nos anos 70, período da independência de Portugal, e logo em seguida pela longa guerra civil, o livro utiliza a guerra como pano de fundo para explorar a profundidade humana e cultural dos seus personagens.
O enredo de “Terra Sonâmbula” centra-se nos personagens que, em meio ao desalento, buscam escapar dos conflitos devastadores. Eles enfrentam a perda de contatos e a constante luta para preservar suas crenças ancestrais, que frequentemente se chocam com a cultura dos antigos colonizadores. Mia Couto oferece um recorte intimista e poético da vida em Moçambique, mostrando um povo que, apesar de falar português devido à colonização, mantém viva uma rica tapeçaria de dialetos e tradições locais.
O romance não apenas narra a dura realidade da guerra, mas também celebra a resiliência e a riqueza cultural de Moçambique. Através de sua prosa envolvente e lírica, Couto convida os leitores a mergulharem no universo dos moçambicanos, compreendendo suas lutas, suas alegrias e sua profunda conexão com a terra.
Qual a Relação com a Engenharia?
“Terra Sonâmbula” pode ser relacionado com a engenharia através de sua abordagem aos desafios humanos e sociais que emergem em tempos de conflito e transformação. Engenheiros frequentemente trabalham em ambientes adversos, necessitando de resiliência e inovação para solucionar problemas complexos. Assim como os personagens de Couto devem adaptar-se e encontrar soluções em meio ao caos, engenheiros precisam desenvolver soluções criativas e eficientes para construir e reconstruir infraestruturas, melhorando a qualidade de vida das comunidades afetadas por desastres e conflitos. Além disso, a preservação e respeito pelas culturas locais, como ilustrado no livro, são princípios importantes na engenharia socialmente responsável, que busca integrar soluções tecnológicas com a valorização dos contextos culturais e históricos das regiões onde atua.