Os funcionários da Cohapar optaram por manter o indicativo de greve da categoria. A decisão ocorreu após consulta realizada com os trabalhadores da capital e do interior. A posição ocorreu porque a direção da empresa sinalizou disposição em negociar o reajuste e outras pendências atrasadas a partir de janeiro de 2023. Um parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE) impede a reposição neste momento por se tratar de um momento eleitoral. Os funcionários querem retomada das negociações depois das eleições.
A suspensão da greve ocorreu após votação que reuniu a posição dos funcionários em todo Paraná. Na sede, 69 pela greve, enquanto que 55 pela retomada da negociação a partir do fim do período eleitoral. No interior, as regionais optaram pelo adiamento da paralisação: Apucarana (9), Campo Mourão(8), Cornélio Procópio(10), Londrina(11|), Maringá(10), Ponta Grossa(12), Paranavaí(11), Umuarama(10), União da Vitória(10) e Francisco Beltrão(14).
Se de um lado a paralisação não acontece neste momento, de outro, a categoria demonstra contrariedade com a postergação do reajuste. Para demonstrar a insatisfação, foi sugerido a utilização de roupa preta a partir do dia 21 de setembro. Para os trabalhadores, a avaliação é de que a Cohapar deixou os prazos se alongarem e se apega a um parecer jurídico sem levar em consideração o histórico de negociação.
“Vamos continuar a briga. Nosso jurídico está vendo a possibilidade da ação para os valores retroativos dos 8,89% e também 11,90%. Vamos retomar as negociações com a empresa e o comando do Governo (Secretários que estão envolvidos em nossos assuntos) logo após a eleição”, diz boletim dos sindicatos.
Reajuste e novas datas
O posicionamento pelo adiamento foi tomado após os sindicatos se reunirem com os representantes da Cohapar na Superintendência do Ministério Público do Trabalho, em Curitiba, no último dia 19 de setembro. Na reunião, as entidades reforçaram a necessidade de a Companhia apresentar uma proposta diante do movimento grevista. Por outro lado, a posição exposta diante do mediador era de apenas abrir as negociações a partir de janeiro de 2023.
O movimento reivindica o pagamento de 11,9% referente a data-base de junho de 2022. Após a espera no mês de agosto, o índice não foi incorporado na folha de pagamento de setembro. Além deste valor, a categoria reivindica o pagamento do retroativo de 8,9% e o reajuste dos seis anos do vale alimentação congelado.
Parecer técnico
O impasse na negociação, por outro lado, está em um parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE), alegando que o pagamento neste momento concede reajuste acima da inflação, uma vez que o pagamento atrasado de 8,9%, referente a 2021, foi pago. Na visão dos sindicatos, não se deve misturar a recuperação de perdas relativas à data-base com possível ganho real.
“A gente tentou construir saídas neste momento para que os trabalhadores sejam pagos. A insatisfação com o não pagamento deste índice é reflexo de uma somatória de perdas acumuladas nos últimos quatro anos”, avaliam Sindassp e Senge-PR.
Compromisso só em janeiro
Na mediação ocorrida na Superintendência do Trabalho, os representantes da Cohapar afirmaram a disposição da companhia em pagar o reajuste. No entanto, estão limitados por decisões governamentais. A posição da diretoria da Cohapar é promover negociação a partir de janeiro de 2023 com vistas aos impasses serem resolvidos.
“O entendimento é pelo reajuste e do vale alimentação, mas agora não podemos fazer. Só podemos negociar a partir de janeiro”, assumem os negociadores da Cohapar.