A tradicional Casa do Estudante Universitário do Paraná (CEU), maior casa autogerida da América Latina, regularizou oficialmente sua situação junto ao corpo de bombeiros de Curitiba. A instituição estava sob risco de interdição desde 2010. Com a implementação das obras do plano de incêndio foram instalados sensores de fumaça, sinalização, luzes de emergências, hidrantes, enclausuramento das rotas de fugas e outras medidas para garantir que em caso de emergência o prédio possa ser evacuado e que eventuais focos de incêndios sejam rapidamente controlados.
Histórico das obras: a preservação da vida
Essas obras deveriam ter sido realizadas em 2007 pela Prefeitura de Curitiba. Naquele ano, a municipalidade mediou a venda do potencial construtivo da CEU e assinou um convênio se comprometendo a reformar e restaurar o imóvel dos estudantes. O financiamento do restauro seria custeado com o valor do potencial construtivo vendido (dinheiro pertencente aos estudantes), cabendo ao município a responsabilidade pela gestão e fiscalização da obra, porém, após 14 anos a CEU ainda aguardava a finalização da reforma ou a devolução do recurso remanescente que pertence à Fundação. Os estudantes tiveram que recorrer ao Judiciário, por meio de uma Ação Civil Pública, para conseguir os recursos necessários. A ação teve apoio do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (SENGE/PR) e do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Paraná (SindARQ/PR).
Um dos arquitetos responsáveis pelas obras, Carlos Ranazi, comenta que “a implementação do plano de emergência contra incêndio e pânico é de extrema relevância. Não apenas pela preservação do patrimônio histórico e cultural, mas principalmente pela preservação da vida. A ausência desses itens básicos foram decisivos para tragédias como o ocorrido na boate Kiss e no Museu Nacional. Com essas obras realizadas até aqui reduzimos significativamente os riscos à vida.”
O que ainda deve ser feito: ampliação no número de estudantes na ceu
A implementação do plano de incêndio é um marco histórico para a Casa. Entretanto, o atual presidente da CEU é enfático ao afirmar que “a implementação do plano de incêndio é apenas o primeiro passo. Precisaremos ainda resolver problemas de infiltrações, parte elétrica e, principalmente, melhorar a acessibilidade do prédio. Com essas obras, poderemos praticamente dobrar a capacidade de estudantes que moram na CEU. Estamos buscando apoio de ex-moradores e parceiros para viabilizar os próximos passos”, diz o estudante Elimar Kauffmann.
Estudantes da CEU pedem apoio de ex-ceuenses para projetos da instituição
A CEU está buscando seus ex-moradores com o objetivo de criar uma rede de apoio aos projetos da entidade. Além da execução do Plano de Incêndio, a CEU está realizando projetos de resgate histórico e ações de apoio à comunidade curitibana. Se você conhece alguém que morou na instituição, é só entrar em contato com a diretoria atual pelo telefone 41 3324-1984 (WhatsApp oficial CEU).