Candidata à Vice-Presidência, Engenheira Ágatha Branco fala sobre a importância da participação feminina no Sindicato

Engenheira Cartógrafa e de Agrimensura será a primeira mulher a ocupar a Vice-Presidência da entidade

Foto: Luciana Santos/Senge-PR
Comunicação
27.ABR.2023

A votação para eleger a nova diretoria do Senge-PR para o triênio 2023/2026 termina nesta quinta-feira, 27 de abril. Neste ano houve registro de uma chapa única, a “Chapa 1 – Senge Unido e Forte: da Resistência à Reconstrução”, que promete fazer história ao colocar a primeira mulher na Vice-Presidência da entidade, a Engenheira Ágatha Branco.

Engenheira Cartógrafa e de Agrimensura, Ágatha Branco se formou pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 2002, tem MBA em Marketing também pela UFPR, é especializada em Geoprocessamento pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR), e iniciou em 2023 uma nova Especialização em Engenharia de Projetos Ágeis na UFPR. Trabalha na área de cartografia digital e banco de dados georreferenciados desde 1998, atuando em diversas empresas privadas e órgãos públicos entre eles, GVT, COMEC, Sanepar, Mundogeo, PiXsat e Prefeituras de São José dos Pinhais e Pinhais. Hoje trabalha na área de gestão de projetos que envolvem as geotecnologias. Branco é Conselheira Suplente do CREA-PR e ingressou na diretoria do Senge-PR na gestão 2020/2023, atuando como Coordenadora do Coletivo de Mulheres da entidade.

O Senge-PR conversou com a candidata sobre suas expectativas para a próxima gestão e sua atuação junto ao Sindicato:

Senge-PR: Por que você decidiu participar do Sindicato?

Ágatha Branco: Eu fui convidada pelo Valter Fanini (ex-presidente) pra entrar no Senge-PR no final de 2019. Eles queriam ampliar a participação das mulheres dentro do Senge, e o Fanini sabia da minha atuação pela ABEC-PR (Associação dos Engenheiros Cartógrafos do Paraná) e no CREA-PR. Na época o Senge já era uma instituição que eu gostaria de participar, até por conta da minha história: meu pai e minha mãe eram sindicalistas, então faltava isso pra mim também.

Senge-PR: Neste pleito, você é candidata à vice-presidência. O que te levou a aceitar esse novo desafio?

Ágatha Branco: Eu até relutei um pouquinho para aceitar esse convite, que veio tanto do Carlos Bittencourt (ex-presidente), depois do Leandro (Grassmann, atual presidente). Talvez pela atuação ali no Coletivo de Mulheres, acho que eles viram o meu trabalho – embora eu ache que não trabalhe tanto quanto eu gostaria – e foi também o incentivo das mulheres do Coletivo, a gente conversou sobre isso e elas acharam que eu tinha que ser essa pessoa. A gente sempre acha que não é capaz, mas eu acho que é importante ter uma mulher nessa posição, independente de qual mulher. São muitas mulheres ali e todas elas têm competência para ocupar este cargo.

Senge-PR: Quais são os seus planos para o Coletivo de Mulheres?

Ágatha Branco: A ideia é dar chance para outras mulheres participarem. Eu aprendi muito com o Coletivo, ele ampliou meu conhecimento. Com ele nós entendemos o poder das mulheres e que nós estamos ali pela valorização das engenheiras, pelo reconhecimento nas áreas de tecnologia – que a gente sabe que ainda é um meio muito machista, então nós temos que sempre estar mostrando que podemos fazer igual e que não queremos passar por cima de ninguém, nós só queremos igualdade. A gente estuda muito pra isso, a gente trabalha muito pra isso. O Sindicato me proporcionou falar e trazer pautas que eu acho importante para as mulheres e até vão além das pautas sindicais. A gente trouxe informação para combater à violência, os diversos tipos de assédio, buscamos ser um espaço seguro para que as mulheres possam fazer denúncias. A gente teve oportunidade de levar muita informação para as mulheres, as engenheiras, geólogas, geógrafas. Eu acho que isso é muito importante depois da pandemia, que nos isolou muito. Falamos muito sobre trabalho remoto, sobre o papel da mulher, sobre a quantidade de trabalho que nos administramos – os filhos, a casa, os estudos e as atividades profissionais. O Coletivo aproximou muitas mulheres, trouxe novas mulheres para o nosso Sindicato. É uma porta de entrada, as mulheres se veem representadas ali.

Foto: Luciana Santos/Senge-PR

Senge-PR: Quais são as suas expectativas para os próximos anos?

Ágatha Branco: Os últimos anos não foram fáceis. Foram anos de tensão e muita luta, e o Senge-PR foi muito resiste. Agora a gente tem uma luz no fim do túnel e ela dá opções, oportunidades de melhorias para os profissionais. Eu gostaria de ver mais mulheres em diretorias nas grandes empresas, igualdade para as mulheres – tanto em salário, quanto em oportunidade – e respeito também. Essas não são pautas só de Governo, tem que ser uma pauta do Sindicato também. Eu pretendo dar apoio para os colegas, para o Leandro (presidente), para a equipe do Senge, trazer novas ideias e oportunidades e uma visibilidade positiva para a entidade. Nós trabalhamos para a sociedade como um todo, temos um importante papel social.

Senge-PR: Como você acredita que a sua presença e a participação feminina podem influenciar os caminhos que o Sindicato segue?

Ágatha Branco: Eu acho que o Senge-PR ainda é um espaço bastante masculino. A engenharia ainda é assim. Acho importante que as mulheres entendam o poder da sua participação em espaços como o Sindicato, Associações e o Conselho. É só com a participação que a gente ganha espaço, que a gente ganha direitos. Se a gente deixar que os homens decidam por nós, essas podem não ser as decisões que nós gostaríamos. A gente tem o local de fala. Nós sabemos das nossas dificuldades, das áreas que nos afetam. O Coletivo nos mostrou isso, com todos os temas que nós trouxemos. Participação feminina na política, mulheres no mercado de trabalho, nós falamos com presidentes de outros sindicatos, tratamos de assédio, a gente teve participação social, conversamos com mulheres nas universidades. É importante despertar o interesse das meninas em atuar nas engenheiras, agronomia e geociências, mas também incentivar a participação dentro dos Coletivos, dos sindicatos e das associações. A gente vê que quanto tem atuação, as coisas acontecem. E precisamos ser mais diversos também, essa é uma busca do Senge-PR, de representar a sociedade em que ele está inserido.

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