O surgimento da pandemia de coronavírus veio para agravar a contaminação dos direitos e a precarização do trabalho no Brasil. Dados da PNAD revelam que o país tem 12,7 milhões de desempregados e 30,4 milhões de trabalhadores subutilizados, quando a sua força de trabalho não é utilizada na totalidade.
Os números mostram que o Brasil tem, atualmente, 75 milhões de pessoas fora da força de trabalho e que a população de desalentados (aqueles que desistiram de procurar emprego) aumentou 15,3%, em mais um recorde histórico negativo, chegando a 5,3 milhões de brasileiros.
O país ainda tem a menor quantidade de trabalhadores ocupados desde 2012. No trimestre de março/abril/maio, a nação tinha 57 milhões de pessoas ocupadas. Após isso, o número de brasileiros foi diminuindo até ficar em 49,5 milhões de ocupados no mesmo trimestre de 2020, segundo a PNAD.
Além do fechamento dos postos de trabalho, o Brasil tem visto a diminuição dos patrões. Segundo o IBGE, o “número de empregadores (4,0 milhões de pessoas) recuou 8,8% em relação ao mesmo trimestre de 2019 (-388 mil)”.
Na era Bolsonaro, o Brasil está sem ministro da Saúde, da Educação e nunca teve ministro do Trabalho. O antigo ministério foi rebaixado a secretaria sob subordinação da Economia. À época do anúncio, as centrais sindicais alertavam: “Para a classe trabalhadora isso representará um retrocesso que vai resultar em enormes prejuízos aos trabalhadores da ativa, a aposentados e aos pensionistas”. Previsão que está se concretizando.