A quarta rodada de negociação questionou o Fato Relevante divulgado pela Copel. A nota, em meio às negociações da data-base, sugere a possibilidade de privatização da empresa. Para as entidades sindicais, CSMEC e CSEC, a venda tem como um dos seus efeitos a possibilidade de demissões e o enxugamento do quadro de funcionários. Os coletivos cobram explicações formais da diretoria da empresa. Atualmente, a Copel tem 5883 funcionários contratados e um quadro de terceirizados ainda maior.
“Como fica o posto de trabalho, a Fundação Copel, o plano assistencial? São muitas dúvidas diante de uma nota que traz mais dúvidas do que informações. É uma decisão tomada pelo acionista majoritário (Governo do Paraná) sem consultar os trabalhadores e o povo paranaense”, alerta representante de um dos coletivos.
Os dois coletivos decidiram atuar conjuntamente e solicitar à empresa que responda formalmente os questionamentos realizados sobre o futuro da empresa e, principalmente, dos funcionários e aposentados. A avaliação é de que não há confiança por parte dos trabalhadores para votar uma proposta de acordo de trabalho. Para as entidades, sem esclarecimentos, é um grande risco seguir com o processo negocial.
“Não considero isso uma coincidência. O que acontece é orquestrado pela cúpula da empresa e do Governo do Estado. É uma retomada de uma agenda neoliberal que visa dilapidar o patrimônio público e do povo paranaense”, comenta um dos coordenadores do Coletivo da Copel.
OUTRO LADO: INTENÇÃO SEM INFORMAÇÕES
Os negociadores da Copel tentaram desatrelar a negociação do ACT deste momento com a repercussão no mercado sobre a venda de ações da empresa. Para os prepostos, as informações são públicas e foram transparentes. Mas se admitiu que a comunicação poderia chegar aos trabalhadores de forma diferente e que o mercado soube antes.
Por outro lado, foi afirmado que não existe prazo para o estudo da venda, se ele já está pronto ou será apresentado no próximo ano, ainda mais com o momento conturbado na política nacional.
A COPEL É NOSSA II
Os sindicatos decidiram realizar lives e informes com a categoria e sociedade paranaense para informar sobre o risco deste momento. Cobram também um posicionamento formal da Copel. Para as entidades, se retoma um processo de valorização e garantia da empresa contra a privatização.