Manoel Ramires/Senge-PR
CASCAVEL | Os dados são do Censo Agropecuário, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): a agricultura familiar é responsável por 77% dos estabelecimentos agrícolas do Brasil, emprega mais de 10 milhões de pessoas e corresponde por 67% da força de trabalho ocupada em atividades agropecuárias. Mais do que isso, é a agricultura familiar que coloca comida na mesa do povo: “mais de 80% do que todo brasileiro come vem da agricultura familiar”, conta a engenheira agrônoma, Josiane Burkner dos Santos, Diretora da Regional de Ponta Grossa. No Show Rural, em Cascavel, ela e outros profissionais estiveram presentes mostrando a importância do setor para o campo brasileiro e paranaense.
E com tanta gente envolvida na alimentação do povo brasileiro e paranaense, é fundamental que o estado seja protagonista na promoção da produção. Este é um dos papéis da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná).
“O que você come não é milho, nem soja. Eles são exportados. O que os brasileiros comem são frutas, verduras, arroz e feijão. E isso é produzido pelos agricultores familiares. Por isso, o estado foca em projetos que desenvolvem o setor”, comenta Josiane Burkner.
Mais do que a produção de alimentos, o trabalho realizado pelos profissionais da engenharia agrônoma têm um papel social fundamental que é evitar o êxodo rural. Faz parte desse compromisso manter “o homem no campo, diminuir a penosidade, aumentar a quantidade de mão de obra, disponibilidade de técnicos e a qualidade dessa tecnologia”, complementa.
A Agroecologia e o alimento sem agrotóxicos
Um compromisso tão sério passa por profissionais qualificados, na visão do engenheiro agrônomo Eduardo Augustinho dos Santos, diretor da Regional de Maringá. Ainda mais quando esse trabalho visa aliar a produção com o cuidado com o meio ambiente.
“É preciso produzir um alimento seguro e livre de contaminantes. Mas, um dos problemas mais sérios que encontramos, é o uso indiscriminado de agrotóxicos que prejudicam tanto a saúde do trabalhador quanto contamina o alimento que as pessoas comem”, comenta o especialista do IDR-PR.
Uma das saídas adotadas pelos agentes do estado é utilizar técnicas de agroecologia que permitem ter uma fruticultura com alto valor tanto de sabor quanto de valor. “A gente vê aqui tomates orgânicos que permitem tanto renda ao agricultor quanto redução de custos de produção. Portanto, a agroecologia contribui também no sistema de produção e geração de desenvolvimento”, complementa.
VOCÊ SABIA
O IDR-Paraná superou os 200 mil atendimentos no Show Rural e ficou ainda mais perto do produtor. Segundo o governo do estado, “com suas 12 estações, o IDR-Paraná reuniu cerca de 120 pesquisadores e extensionistas que prestaram mais de 200.000 atendimentos diretos aos produtores”.
PRÓXIMA REPORTAGEM
A agricultura familiar e agroecológica utilizam tecnologia avançada