A cada 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a desigualdade entre homens e mulheres ganha espaço no debate público. A realidade vivida cotidianamente pelas mulheres tem a chance de vir à tona com mais visibilidade, em manifestações de rua, campanhas de comunicação, eventos e até homenagens.
Mas, por que existe o Dia Internacional da Mulher? Por que milhares de mulheres protestam nesta data?
A origem da data são diversas mobilizações e greves organizadas por mulheres trabalhadoras nos anos de 1800 e 1900, de diferentes partes do mundo, por melhores condições de trabalho, pelo fim das jornadas extenuantes e por salários dignos. No mês de março de 1857, nos Estados Unidos, mais de 130 operárias em greve foram queimadas e morreram carbonizadas dentro da fábrica onde trabalhavam. Em 1910, no dia 8 de março, houve a proclamação da II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas.
De lá para cá, muita coisa mudou e avançou, como resultado da mobilização e da participação ativa das mulheres. No entanto, ao olharmos atentamente ao nosso redor, vemos a explícita disparidade de gênero nos espaços de poder e representação: no Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, em âmbito federal, estadual ou municipal, e também nos cargos mais altos na iniciativa privada e pública. Também saltam aos olhos todos os dias os casos de violência doméstica, física e psicológica, e de feminicídio – quando uma mulher é assassinada pelo simples fato de ser mulher.
No contexto de crise econômica e fragilização da democracia brasileira, nós, mulheres, nós engenheiras, sentimos no dia a dia a sobrecarga de trabalho, o desemprego, o crescimento da violência.
Para não restar dúvidas sobre a urgência da superação do machismo, reunimos a seguir dados que comprovam a violência e a desigualdade enfrentadas pelas mulheres brasileiras e paranaenses.
Nós, do Coletivo de Mulheres do Senge-PR, convidamos todas as engenheiras a se somarem conosco neste movimento em defesa dos nossos direitos, de nossos vidas, para que possamos viver com dignidade e livres! Mulheres engenheiras: juntas por igualdade, respeito e direitos!
O Brasil está em 5º lugar na taxa de feminicídio no mundo
No Brasil, o número de assassinatos de mulheres chega a 4,8 para cada 100 mil
Fonte: Mapa de Violência 2015
Entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram por serem mulheres, no Brasil
Em 2010 foram registrados cinco espancamentos a cada dois minutos, enquanto em 2013 já se observava um feminicídio a cada 90 minutos
O serviço Ligue 180 registrou, em 2015, 179 relatos de agressão contra mulheres por dia
Fonte: Dossiê Feminicídio
244 mulheres foram mortas no Paraná em 2015. O estado ocupa o 9º lugar no ranking dos mais violentos contra as mulheres
Fonte: Atlas da violência 2017 (IPEA)
O Paraná registra 62 casos de violência física ou moral contra a mulher por dia, ou seja, um caso a cada 24 minutos
Fonte: Ministério Público do Paraná (MP-PR) 2017, com dados de 2014
Dos 399 municípios do Paraná, apenas 29 têm mulheres exercendo os cargos de prefeitas
Na Assembleia Legislativa do Paraná, das 54 cadeiras, apenas 4 são ocupadas por deputadas
Fonte: site da ALEP
Nas Câmaras de Vereadores das três maiores cidades do Paraná
Curitiba: 8 vereadoras, 30 homens
Londrina: só uma mulher, 18 homens
Maringá: nenhuma mulher, 15 homens
Fonte: sites das Câmaras