Eventos neste ano buscam o fortalecimento dos engenheiros e da engenharia nacional

Senge Paraná
01.MAR.2017

Quanto mais engenheiros estão saindo do mercado de trabalho, menos estão conseguindo ingressar em novos postos. Entre janeiro e outubro de 2016, o número de engenheiros desligados de postos de trabalho foi de 39 mil. O número dos que ingressaram em novas vagas, no entanto, foi menor, apenas 25 mil engenheiros.

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“A engenharia nacional está sob ataque. E as investidas são de várias frentes. Há o desmantelamento de estatais de engenharia que são fundamentais para o investimento público e estruturais para o crescimento econômico nacional. Na outra ponta, empresas de engenharia são prejudicadas em investigações seletivas e escusas. Somado a cenário de desinvestimento, forma-se o quadro perfeito para que o mercado dite as regras da seleção, achate os salários e diminua cada vez mais postos de trabalho na engenharia”, analisa o presidente do Senge, Carlos Roberto Bittencourt.

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A engenharia nacional está sob ataque. E as investidas são de várias frentes. Há o desmantelamento de estatais de engenharia

que são fundamentais para o investimento público e estruturais para o crescimento econômico nacional.

Os dados do mercado de trabalho, compilados pelo Dieese junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged/MTE), revelam um abismo entre demissões e contratações em um cenário que deveria ser de equilíbrio. A conta não está fechando. E não é de agora. Em 2015, 54 mil engenheiros foram desligados e apenas 35 mil foram admitidos. O quadro geral da engenharia, no entanto, pode ser ainda pior. Isso porque os dados do Caged são apenas para os registrados em regime CLT.

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E o que fazer? Mobilizar, unir a categoria e lutar, é o que aponta Bittencourt. “Defender as conquistas trabalhistas, as instituições de representação da categoria, como o Senge e a Fisenge, e fortalecer a categoria, a engenharia e a soberania nacional. A ação deve ser urgente com a união da categoria, na luta para garantir a defesa das empresas de engenharia, fragilizadas em detrimento do capital estrangeiro, combater o desmantelamento da Constituição e da CLT e retomar investimentos públicos”.

As medidas no plano nacional como o congelamento de investimento público para os próximos 20 anos, a estagnação do salário mínimo e consequentemente do piso profissional da engenharia e ampliação drástica do tempo de contribuição para aposentadoria pelo regime geral da previdência. Tais medidas atendem a um setor da sociedade que sobrevive da especulação financeira. É dever dos Sindicatos combater os retrocessos.

“As ações conservadoras que vêm sendo aprovadas e apresentadas ao longo do ano passado e no início de 2017 representarão mais um passo na consolidação do processo recessivo da economia, na redução de investimentos e numa ameaça ao emprego dos engenheiros. O que na verdade está por trás da cortina do que o governo federal chama de Ajuste Fiscal é o interesse de setor financeiro e outros que querem ganhar dinheiro com a privatização da Saúde, da previdência e da educação”.

A engenharia como foco do debate nacional

Um dos espaços de debate da engenharia e de fortalecimento das pautas dos trabalhadores neste ano será a 11.ª edição do Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros (Consenge), principal fórum de debate da categoria, com repercussão em todos os estados. Promovido pela Fisenge, o evento será sediado em Curitiba.

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É preciso fortalecer a resistência e lutar pela manutenção dos postos de trabalho, pelos direitos trabalhistas e sociais, pela democracia e pela engenharia brasileira”.

Sob o tema “Resistir! Em defesa da engenharia e da soberania nacional”, o desafio do evento, segundo o presidente da Fisenge, Clóvis Nascimento, será justamente refletir o momento de resistência à agenda de retirada de direitos e de ataque à engenharia nacional.

“Retrocessos, retirada de direitos trabalhistas e sociais, narrativas de ódio e destruição da engenharia nacional são alguns dos fatores que estão permeando o atual momento histórico no Brasil. É preciso fortalecer a resistência e lutar pela manutenção dos postos de trabalho, pelos direitos trabalhistas e sociais, pela democracia e pela engenharia brasileira”.

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Junto com a Fisenge, o Senge está na coordenação do 11.º Consenge, evento nacional que debaterá, no Paraná, a engenharia e da soberania nacional

No evento, a ser realizado entre os dias 6 e 9 de setembro, o Senge será o responsável, sobretudo, pelas propostas de debates nos temas relacionados a resistência social e sindical e sobre políticas públicas com visão soberana de estado. Antes do evento nacional, em meados deste ano, o Senge promoverá em Curitiba e nas regionais os debates prévios, abertos à participação de toda a categoria.

“É fundamental que os engenheiros do Paraná participem dos encontros regionais do Consenge, principalmente porque os temas estão estritamente relacionados à defesa da engenharia e da categoria, e servirão de plano de ações frente às medidas conservadoras que vêm atingindo nossa profissão de uma forma profunda. Podemos levar muito tempo para nos recuperarmos dos impactos”, conclama Bittencourt.

No Senge, reformas conservadoras no governo federal serão pautas em debate constante

Além de encabeçar junto com a Fisenge a promoção do Consenge aqui no Paraná, o Senge também realizará uma série de debates, palestras e mobilizações tendo como temas principais as mudanças legislativas nacionais de impacto aos trabalhadores.

O tema de capa da atual edição do Jornal do Engenheiro já indica que a orientação dos debates neste ano será para a conscientização da categoria sobre as manobras nacionais de cerceamento dos direitos sociais e trabalhistas e de ataque à Constituição.

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Em todos os jornais serão abordados, com participação de especialistas nas áreas e com análise crítica, a desconstrução do discurso, por exemplo, do deficit da previdência, publicado diariamente pelo governo federal de forma falaciosa nos grandes veículos de comunicação. E isso com recurso público. Segundo dados do governo federal conseguidos pelo Senge por meio da Lei de Acesso à informação, somente em dezembro o governo gastou R$ 13,5 milhões, dos quais R$ 2,3 milhões apenas em inserções publicitárias na Globo, veiculando no intervalo dos jornais, novelas e programas de palco.

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Impactos das reformas trabalhista e previdenciária sob aspectos jurídicos serão temas de

palestras do Senge ao longo do ano, afirma coordenador jurídico do Senge, Guilherme Bednarczuk.

Outras medidas de debate do Sindicato se darão com a participação da assessoria jurídica, com a análise no campo do direito trabalhista e previdenciário. “Já realizamos nos anos anteriores palestras em Curitiba e nas regionais sobre previdência e sobre atualização de ações movidas pelo Senge. Mas neste ano a temática será mais ampla e sobretudo abarcando temas que tenham um impacto maior na carreira dos engenheiros, como o da reforma da previdência e seus reflexos na aposentadoria especial, na previdência dos estatutários e outras alterações para os profissionais de engenharia. O objetivo é esclarecer as dúvidas e ampliar o debate sobre as ações do Sindicato e o que está acontecendo no plano nacional acerca dos direitos dos trabalhadores”, afirma o coordenador jurídico do Senge, Guilherme Bednarczuk.

 

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