Com assessorias
“Hoje surge uma esperança para que não falemos mais de violência contra a mulher. É um marco em que queremos escrever um novo capítulo de nossa história com um futuro mais seguro e justo para todas as mulheres”. A frase é da secretária de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), a deputada federal Leandre Dal Ponte. Ela foi proferida durante o lançamento da adesão do Paraná ao “Selo de Boas Práticas” que é fornecido pela ABNT e conta com liderança do “Instituto Nós Por Elas”. A iniciativa visa conceder tanto ao governo quanto às empresas que aderirem ao projeto uma classificação relativa à promoção das mulheres e combate à violência.
A adoção ao selo é urgente. Ainda mais levando em consideração o crescimento da violência. O registro de mulheres vítimas de feminicídio aumentou 59% no Paraná, em um ano. Foram 35 ocorrências de janeiro a abril de 2024, 13 a mais do que no mesmo período no ano passado. No estado, em 2024, já foram feitos cerca de 90 mil boletins de ocorrência de violência contra a mulher e 30 mil de violência doméstica entre janeiro e maio, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Em Curitiba os números de violência doméstica contra a mulher chegaram a 3.800 no mesmo período.
Uma realidade que pode ser mudada com a adoção do selo, segundo a secretária da mulher.
“O selo de boas práticas não se trata de cumprir normas, mas de transformar vidas. Esse é um incentivo para que as pessoas possam ser cada vez melhores. O Paraná, ao aderir a certificação, está na vanguarda”, diz a secretária Leandre.
SELO DE BOAS PRÁTICAS E COMBATE À VIOLÊNCIA
O selo é composto por 14 itens que podem ser analisados pela certificadora para definir o nível de comprometimento à causa da prevenção e do combate à violência contra a mulher. A avaliação do cumprimento dos requisitos é certificada pela ABNT.
Entre os critérios estão a promoção de ações educativas com os funcionários, a capacitação de colaboradores para que saibam receber e encaminhar denúncias, adoção de regras de compliance e bancos de talento específico para vítimas de violência doméstica. Os 14 critérios podem ser verificados no site do Instituto Nós Por Elas.
“A adesão pode acontecer de maneira gradativa. A empresa pode ver, primeiro, quais são os requisitos que ela já cumpre. Depois, ver quais ela consegue desenvolver a curto prazo para, na sequência, traçar um plano para cumprir os outros requisitos a longo prazo, por isso a certificação tem diferentes níveis”, explicou a presidente do Instituto Nos Por Elas, Natalie Alves.
No Paraná, o Tecpar fica responsável por emitir o selo. O estado ainda conta com apoio do Crea-PR, que participou da cerimônia e colocou a instituição a serviço do programa. O presidente reforçou a necessidade de participar da promoção do Selo.
“O lançamento do Selo de Boas Práticas no combate à violência contra as mulheres é um marco que reflete a união de esforços entre Crea, Governo do Estado e BNT. Esse selo não é apenas um símbolo, mas um reconhecimento das iniciativas que promovemos: a segurança, o respeito e a dignidade das mulheres em todos os ambientes, especialmente no trabalho. No Crea-PR 54% dos nossos colaboradores são mulheres e 45% dos cargos de gerência e liderança são ocupados por elas. Então, também estamos fazendo a nossa parte nesse sentido. O fortalecimento do papel da mulher em nossa sociedade é um passo essencial para o movimento sustentável e para o progresso das nossas profissões.”, afirmou o presidente Clodomir.
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Coletivo de Mulheres do Senge-PR
A vice-presidente do Senge-PR, Engenheira Cartógrafa e de Agrimensura, Ágatha Branco, participou da cerimônia de lançamento do Selo de Boas Práticas. O evento contou com a participação da empresária, modelo, atriz e ativista, Luiza Brunet, fundadora do Instituto Nós por Elas (NPE). O Instituto tem objetivo de promover uma série de ações focadas em combater a violência e a desigualdade de oportunidades entre gêneros.
Ainda marcou posição a deputada estadual Cantora Mara Lima, que preside a Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa do Paraná.
O encontro teve a participação das diretoras do Crea-PR e do Senge-PR. Participaram a vice-presidente do Conselho, Margolaine Giacchini, e a coordenadora do Comitê de Mulheres, Adriana Baumel. Pelo Senge-PR, as diretoras Maria Cristina Graf e Sandra Regina Cabel. Os presidentes Clodomir Ascari, do Crea-PR, e Vinicius Marchese, do Confea, também prestigiaram a cerimônia.
São todas importantes lideranças para, junto com o Coletivo de Mulheres, agir para reduzir a violência contra as mulheres.
