O Coletivo de Mulheres Engenheiras do SengePR participou da inauguração da escultura em bronze em homenagem a Enedina Alves Marques, ação ocorrida na última segunda-feira (15/01). O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, em conjunto com a Secretaria de Redução das Desigualdades Raciais no Município, foi responsável por revelar a obra e descerrar a placa, localizada no Calçadão da Rua XV de Novembro, próximo ao Campus Garcez da Uninter. A iniciativa ganha destaque por caminhar em direção ao reconhecimento das contribuições do povo negro em Curitiba e por eternizar a memória e os feitos da primeira engenheira negra do Brasil, Enedina Alves Marques. A ação também celebra a superação e transformação através da educação.
Enedina desempenhou um papel importante na engenharia brasileira. Em 1946, tornou-se auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas, posteriormente contribuindo para o Plano Hidrelétrico do Paraná e atuando no aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu. Seu destaque na construção da Usina Capivari-Cachoeira foi um marco em sua carreira. Maria Cristina Graf, engenheira civil e conselheira fiscal do SENGEPR, representou o CREAPR e os coletivos de mulheres engenheiras no evento.
Maria Cristina Graf, em sua fala representando as organizações, ressaltou a importância do reconhecimento ao legado de Enedina e enfatizou seu pioneirismo na engenharia brasileira. A homenagem a Enedina, nascida em Curitiba em 1913, é ainda mais significativa ao considerar sua trajetória como filha de uma empregada doméstica, que desafiou as normas sociais de sua época ao se inscrever na Escola de Engenharia da Universidade do Paraná em 1940.
O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, expressou, em declaração à imprensa, a importância de estabelecer o sentimento de igualdade e respeito e destacou a presença de Marli, mulher negra que lidera uma secretaria no governo como símbolo da busca permanente pela igualdade.
Para representantes do movimento negro da capital, é inquestionável a importância da ação; entretanto, ainda há muito por fazer em direção à correção do apagamento histórico da população negra em Curitiba. Enedina, que completaria 111 anos no último sábado (13 de janeiro), marcou história ao se tornar a primeira mulher a se formar em Engenharia Civil no Sul e a primeira engenheira negra do Brasil, graduando-se pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1945. Seu legado é agora eternizado neste monumento, que simboliza a persistência, a quebra de barreiras e a contribuição valiosa das mulheres na engenharia brasileira. O Sindicato de Engenheiros do Paraná parabeniza os atores envolvidos nessa ação, celebra a vida e os feitos de Enedina e convida todas as pessoas a visitarem a escultura em bronze de Enedina Alves Marques, que permanecerá em espaço aberto ao público, na Rua XV de Curitiba, para ser apreciada.
Compartilhe em suas redes sociais: https://www.instagram.com/reel/C2K3-Rkrxq_/?igsh=NTYzOWQzNmJjMA%3D%3D