Manoel Ramires/Senge-PR | Uma frente ampla formada por partidos, sindicatos e movimentos sociais se reuniram nesta segunda-feira para debater estratégias para enfrentar ações do Governo Ratinho Junior (PSD) que entregam riquezas e empresas paranaenses ao setor privado. Além da defesa de empresas e modelo de gestão, o grupo também discutiu uma agenda comum e a definição de uma frente conjunta para as eleições municipais. Como saldo da reunião ficou a construção de um documento suprapartidário que será entregue a deputados estaduais e federais, senadores, poder público, sociedade e ao presidente Lula. Entre os pontos principais estão a não privatização da Copel, um modelo de pedágio justo, a contrariedade da venda dos portos e o fortalecimento do serviço público.
O encontro contou com a participação do PT, PDT, PCdoB, PV, Rede, PSDB, Solidariedade e PSOL, além da CUT e do Fórum Popular Em Defesa Da Copel. Organizador do encontro, o deputado Arilson Chiorato (PT) destacou a necessidade da formulação de um documento a ser entregue ao Governo Federal, ao governo Ratinho Junior e à sociedade. Entre os tópicos principais estão a oposição completa a venda da Copel, ao modelo do pedágio e a venda do Porto. O documento ainda deve abordar a defesa do serviço público e da educação. O deputado chamou atenção para iniciativas do governo estadual que transformam o Paraná em um balcão de negócios.
“A ideia é ter esse documento com essa linha sobre o Porto, a Copel, o pedágio e outros temas que julgarem interessante”, delimita Chiorato.
O presidente do Senge-PR e representante do Fórum Popular Em Defesa Da Copel, Leandro Grassmann, ampliou o debate sobre o que deve ser defendido, seja no campo energético, saneamento, gás e transporte. Ele alertou que além da Copel, a Compagas também será vendida, assim como a Sanepar, que entrará em um processo de venda. O presidente ainda ressaltou que a licitação da Ferroeste é prevista para ter duração de 70 anos.
O deputado estadual Professor Lemos (PT) reafirmou a necessidade de união dos movimentos e partidos. Para ele, as frentes precisam agir e impedir prejuízos ao povo paranaense. O líder da oposição destacou que ações judiciais tentam reverter a possibilidade de venda da Copel, entre outras medidas.
AMPLIANDO A FRENTE E ELEIÇÕES
O encontro reuniu deputados federais, estaduais e vereadores. Ele foi ampliado com a participação de partidos e políticos que não estavam no campo da esquerda. É o caso do ex-prefeito de Curitiba e deputado federal, Luciano Ducci (PSB). O parlamentar, cujo partido tem o vice-presidente Geraldo Alckmin, criticou a forma como o governador Ratinho Junior está conduzindo o estado.
“A Copel é uma empresa que nos orgulha e queremos que ela continue paranaense. Também somos a favor de um modelo de pedágio diferente do que foi proposto, mais barato e justo”, destacou Ducci.
Ele contabiliza que a frente ampla possui cerca de 140 deputados federais, formando uma bancada forte em defesa dos interesses nacionais, populares e sociais.
Já o ex-deputado estadual Michele Caputo (PSDB) disse que é preciso enfrentar os extremistas e aqueles que querem entregar o patrimônio dos paranaenses.
“Nós temos uma coisa que nos une, que é o respeito à democracia, aos direitos humanos e aos interesses paranaenses. O PSDB, em nome do seu presidente, me autorizou a reafirmar que votamos contra a privatização da Copel, que a gente sabe que interesses atendem, a venda dos Portos, a criação de cargos. Somos contra esses pacotaços”, reforçou.
O presidente estadual do PDT e pré-candidato a prefeito de Curitiba, Goura Nataraj, destacou a importância da união partidária contra a fragmentação do estado. “A gente está junto, unidos, fazendo um trabalho contra um modelo que não prioriza os interesses sociais. A gente viu o Paraná flertando com o golpismo e o fascismo. A gente precisa se unir e sermos mais fortes. Nós temos críticas fortes contra a venda da Copel, o modelo do pedágio e portos. Precisamos de um projeto de cidade e estado diferente”, comparou.