As dificuldades das mulheres chefes de família no mercado de trabalho

34% das paranaenses estão na informalidade e 28% recebem menos do que os homens

Mulheres são minoria na engenharia e recebem cerca de 82% do salário dos homens. Foto: Divulgação
Comunicação
08.MAR.2023

Manoel Ramires/Senge-PR

O caminho a ser trilhado pelas mulheres no mercado de trabalho e na igualdade salarial ainda é longo. Essa dificuldade tem uma barreira a mais na representação delas na política. Embora sejam maioria na população, apenas 302 mulheres, no total, conseguiram se eleger para a Câmara dos Deputados, o Senado, Assembleias Legislativas e governos estaduais, enquanto o número de homens eleitos chegou a 1.394. A realidade da paranaense não é diferente. Segundo o DIEESE, enquanto o salário médio do homem é de R$ 3,2 mil, a mulher recebe 28% a menos: R$ 2,3 mil. Com relação ao trabalho, 2,6 milhões estão ocupadas, 182 mil sem ocupação e 2,1 milhões de mulheres paranaenses fora da força de trabalho.

Os efeitos da pandemia e da crise econômica ainda são mais sentidos no público feminino. De acordo com levantamento do DIEESE, do total de pessoas fora da força de trabalho, 64,5% eram mulheres. Desse percentual, 5,7% delas estavam em situação de desalento, circunstância em que as pessoas querem trabalhar e estão disponíveis para o trabalho, mas não procuram colocação por acreditarem que não vão encontrar uma vaga ou ainda por não terem experiência ou serem muito jovens. Do total de desalentados, 55,5% eram mulheres.

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E não basta estar ocupada. Mesmo empregadas, as mulheres ganham menos. “As mulheres ganharam, em média, 21% a menos do que os homens – o equivalente a R$ 2.305 para elas e a R$ 2.909 para eles. Por setor de atividades, mesmo quando as mulheres eram a maioria, elas recebiam menos, em média. Nos serviços domésticos, as trabalhadoras representavam cerca de 91% dos ocupados e o salário foi 20% menor do que o dos homens”, aponta o levantamento.

Neste dia 8 de março, o presidente Lula disse que vai propor uma nova lei que estabelece a igualdade salarial entre homens e mulheres. O projeto é apoiado pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. “O presidente Lula confirmou o compromisso que fez conosco de assinar o projeto de lei e encaminhar para o Congresso garantindo – pois a lei que está lá não serve – igualdade de salário entre homens e mulheres”, disse a ministra.

A equiparação salarial é fundamental em um cenário em que a maioria dos domicílios no Brasil é chefiada por mulheres. Dos 75 milhões de lares, 50,8% tinham liderança feminina, o correspondente a 38,1 milhões de famílias. Já as famílias com chefia masculina somaram 36,9 milhões. As mulheres negras lideravam 21,5 milhões de lares (56,5%) e as não negras, 16,6 milhões (43,5%), no 3º trimestre de 2022.

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