As investidas do Governo Ratinho Junior contra a Copel também tiveram os copelianos e as copelianas como alvo. Nas sessões plenárias que votaram o Projeto de Lei 493/2022, que autoriza a privatização da Copel, deputados estaduais da base de apoio do governo utilizaram a bancada da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) para distorcer salários e espalhar mentiras sobre os trabalhadores da Companhia.
Os deputados Homero Marchese (REP) e Galo (PP) repetiram a “fake news” de que os funcionários da Copel recebem 22 salários ao ano. Uma mentira! Segundo dados da própria Copel, dos 5.883 trabalhadores da Companhia, 3.570 recebem salários inferiores a 10 mil reais por mês. Os demais, cujos vencimentos excedam estes valores, desempenham funções de coordenação, gerência ou diretoria.
Confira abaixo:
Faixas de renda dos 5.883 funcionários da Copel
Até R$ 3 mil – 435 funcionários
R$ 3 mil a R$ 4,5 mil – 1004 funcionários
R$ 4,5 mil a R$ 6 mil – 1304 funcionários
R$ 6 mil a R$ 7,5 mil – 827 funcionários
R$ 7,5 mil a R$ 10 mil – 1196 funcionários
R$ 10 mil a R$ 12,5 mil – 491 funcionários
R$ 12,5 mil a mais – 656 funcionários
Resta esclarecer que, conforme a legislação vigente e Acordos Coletivos de Trabalho, os empregados da Copel recebem 12 salários (1 salário mensal) e 13º salário e abono pelo momento de fechamento do Acordo Coletivo. No caso de haver lucro, há ainda distribuição de Participação de Lucros e Resultados. Os Acordos Coletivos de Trabalho são instrumentos públicos e estão disponíveis no site do Ministério do Trabalho, sendo possível a qualquer cidadão consultar, a qualquer momento.
Outro ponto a se repudiar é o de que o deputado Homero Marchese atacou também o abono dos trabalhadores, direito que a diretoria da Copel tenta há anos extinguir. Mas nada diz que apenas nos primeiros três meses de 2022, a Copel gerou R$1,5 bilhão em EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), com um lucro líquido de 669,8 milhões de reais, amplificado por uma política de corte de pessoal. Esses números só são possíveis porque os copelianos e as copelianas trabalham dia e noite, sobrecarregados, para garantir o funcionamento da companhia. Atacar seus direitos em sessão plenária, transmitida para todos os paranaenses, é uma irresponsabilidade tão grande quanto a insistência em distorcer números para voltar o povo contra seu próprio patrimônio.
Causa espanto, por outro lado, que os nobres deputados acima citados não tenham ladrado quando houve a divulgação de que o presidente da Copel e seus diretores receberam bônus que chegaram a mais de R$ 400 mil em meio a pandemia de Covid-19.
Da mesma forma, os mesmos deputados, que parasitam em volta do Executivo, votaram de forma favorável ao aumento do ICMS – Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, que pesa mais ainda no bolso dos paranaenses. Também aumentaram as despesas do Governo ao serem favoráveis ao Projeto de Lei que cria mais 450 cargos a um custo de R$92 milhões anuais.
Portanto, repudiamos essa tentativa vil e desonesta dos deputados deturparem informações, utilizando-se do cargo eletivo que exercem, colocando a população contra os trabalhadores que fazem da Copel uma das melhores empresas do setor de energia do Brasil.