Copel tem “apagão” sobre privatização e nega avanços

Proposta salarial a ser analisada em assembleia geral só paga INPC e ainda quer mudar formato do PLR

Foto Gilson Abreu/AEN
Comunicação
04.NOV.2022

Após a cobrança dos coletivos sindicais sobre a notícia de possível privatização da Copel, os prepostos da empresa voltaram a afirmar que a possibilidade é de exclusiva responsabilidade do “acionista majoritário”, no caso, o Governo do Paraná, que é governado por Ratinho Junior (PSD). A Copel, cujo presidente Daniel Pimentel Slaviero, é indicado pelo governador, alega que não está envolvida no processo e não tem mais informações. Na mesa, a Copel não ofereceu avanços e ainda quer acabar com o terço de férias.

No assunto da privatização, os negociadores da empresa admitem que o assunto “ainda é uma incógnita. Assim que tivermos qualquer sinalização, a Copel vai comunicar o mercado, como prevê a legislação, e comunicar os sindicatos, se um processo de venda for para frente”, comentam os negociadores da Copel. 

COPEL NÃO DÁ GARANTIAS

Da mesma forma, os pedidos de garantia de manutenção dos empregos e demais benefícios – Fundação Copel inclusive – em caso de venda da Companhia, ficaram sem resposta. 

PRIVATIZAÇÃO É TIRO NO ESCURO

A postura da Copel é questionada pelos sindicatos. Eles lembram que o governador eleito não falou durante a eleição sobre a venda da companhia e que não ganhou um cheque em branco para se desfazer da maior empresa do estado. Para as entidades, Ratinho Junior e o presidente da Copel, Daniel Pimentel, devem esclarecimentos aos empregados e à população e que isso não pode tramitar de forma escondida. 

“Nossa avaliação é de que o presidente da companhia não se importa com os empregados. O negócio dele é prestar esclarecimentos ao mercado e comemorar demissões. Essa não é a Copel que a gente conhece e que valoriza seus trabalhadores”, critica-se.

Também foram criticados os diretores da empresa. Em um momento de incertezas com relação à negociação e ao futuro da empresa, eles se negaram a comparecer nas rodadas de negociação, mesmo com reiteradas solicitações dos sindicatos, principalmente devido à delicadeza do momento. 

A PROPOSTA: MUDANÇA NO PLR E SEM GANHO REAL

A proposta para os itens econômicos, financeiros e PLR. Além de pendência em relação ao Banco de Horas. Para esses tópicos, a Copel propôs:

  • PLR: 60% proporcional e 40% linear. O restante do acordo permanece inalterado, exceto pagamento para empregados aposentados por invalidez.
  • Aposentado por invalidez: não receberá PLR, abono e alimentação.
  • Índice inflacionário: Em uma inflação de 7,19% para outubro, a proposta é aplicar o INPC integral (salários, auxílio alimentação, vale lanche, auxílio educação, auxílio PCD).
  • Auxílio creche: Sem reajuste por conta das ações coletivas em curso;
  • Abono salarial: Para a Copel, é considerado um benefício adicional, mas a proposta é 0,15% da remuneração mais R$ 2,1 mil fixos, com tendência à extinção no próximo ano.
  • Banco de Horas: Adoção do acordo nos termos já firmado com o Sinefi.
  • Validade do Acordo: 1 ano
  • Terço de férias: Indenização de 40% do 1/3 (terço de férias) a ser concedido, considerando o tempo para aposentadoria, até os 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, mas sem ganho real.
  • Extensão do adicional noturno: inclusão da extensão do pagamento do adicional noturno após às 05h00, até o fim da jornada noturna. 

LIVE E ASSEMBLEIA

Os coletivos sindicais – CSMEC e CSEC – vão realizar uma transmissão ao vivo na quarta-feira, 09/11, às 18 horas. A Copel afirmou que enviará a minuta da proposta até terça-feira (08), sob risco de que a Assembleia seja postergada. Com isso, o objetivo da Assembleia Geral Extraordinária unificada  é esclarecer o que foi discutido nos encontros com a Copel, como é a votação e a apuração. 

Nesta fase, só será analisado o ACT. A PLR não será discutida. As entidades entendem que as negociações são separadas e não há necessidade de se tomar uma decisão acerca da PLR neste momento.

A votação terá início na própria quarta-feira, 09, às 19h00, com encerramento na sexta-feira, 11, às 14 horas. O sistema de votação se dará pela web, de forma online, como ocorreu em 2020, com o acesso à votação sendo disponibilizado pelas entidades sindicais nos e-mails, sites e redes sociais.

Para divulgação do resultado das votações, será realizada uma live às 14:00h do dia 11/11/2022, sendo que a finalidade das votações é a deliberação dos empregados representados pelas entidades sindicais nominadas acima sobre os encaminhamentos referentes ao Acordo Coletivo de Trabalho – ACT 2022/2024.

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