Em uma lamentável cena de desespero e repressão policial contra os servidores e sindicalistas, o Governo do Paraná acaba de reforçar sua postura antidemocrática e ditatorial para impor a aprovação do Projeto de Lei 252/2015 que mexe nos recursos do Paraná Previdência. De forma brutal, repetiram-se nesta quarta-feira (29) as ações violentas cometidas por integrantes da Polícia Militar contra os servidores públicos na manifestação de ontem (28) no Centro Cívico.
Diante de mais um condenável ato repressor à livre manifestação e um atentado aos direitos humanos, o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR) reforça o repúdio às ações antidemocráticas e violentas do Governo do Estado contra a mobilização legítima dos trabalhadores.
De acordo com o deputado Toninho Wandescher, em reunião com os deputados ouviu do presidente da Alep, Ademar Traiano, que a votação é uma ordem do Governador do Estado. Durante o confronto, mesmo ao recuo dos manifestantes os policiais avançaram violentamente com sprays de pimenta, bombas de gás e balas de borracha.
Em manifestação de apoio à luta dos trabalhadores do Estado, o senador Roberto Requião, que retornou de Brasília após saber do começo do confronto com a polícia, condenou as ações violentas do governo. “É inimaginável o que a irresponsabilidade desse governo está fazendo nesse momento. O governador está completamente ensandecido, irresponsável ao tomar uma ação cruel e doentia. E o comandante geral da polícia do Paraná chama-se Carlos Alberto Richa. Vocês estão numa luta extremamente necessária à sobrevivência do Estado. A previdência existe para manter a rigidez do Estado e garantir o pagamento de pensões e aposentadorias, e eles querem meter a mão no que foi acumulado ao longo de inúmeros governo, inclusive do pai do Richa. É inacreditável o que está acontecendo no Paraná hoje. Porque não param a Assembleia e não vão conversar sobre o Paraná Previdência”.
A senadora Gleisi Hoffmann, acompanhando os manifestantes ao lado de fora da Assembleia, chegou a subir no caminhão de som das entidades sindicais e pediu para que a polícia parasse com a violência contra os manifestantes. O apelo da senadora não foi o suficiente para que cessassem as balas de borracha contra a população. “É inadmissível o que assistimos aqui em Curitiba hoje. Isso não faz parte da nossa história. Vamos levar ao Senado esse ataque à democracia e registrar a vergonha que vimos aqui”, lamenta a senadora.
Vários servidores e sindicalistas foram feridos durante o confronto com a polícia, e tiveram que ser socorridos com atendimento médico em frente ao prédio do Tribunal de Contas e da Prefeitura de Curitiba. Dentre os feridos estavam a vice-presidente do diretório nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT, Carmen Helena Ferreira Foro.
No Twitter, o prefeito Gustavo Fruet informou a liberação do espaço da Prefeitura para atendimento às vítimas. “Liberado todo espaço da Prefeitura para acolhimento. Parece uma praça de guerra!”.