“Tivemos o melhor resultado da história da Companhia para um 1º trimestre”, afirmou Daniel Slaviero, presidente da Copel, durante a apresentação dos resultados dos primeiros três meses de 2022 para os acionistas da empresa. Em números, a Copel gerou R$1,5 bilhão em EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), com um lucro líquido de 669,8 milhões de reais, amplificado por uma política de corte de pessoal.
Entre os “principais avanços” destacados por Slaviero, aparece a redução do quadro de funcionários da empresa: 636 trabalhadores deixaram a Companhia através de programas de demissão incentivada, contribuindo para uma redução de 5,8% nas despesas com pessoal, material, serviços de terceiros e outros, o chamado PMSO. “Esses resultados nos estimulam a evoluir ainda mais na nossa estratégia que tem como principal objetivo a criação de valor para a Copel, para os seus acionistas, para os nossos clientes e para todos os stakeholders”, declarou Slaviero.
Adriano Rudek de Moura, CFO da Copel, detalhou os resultados destacados por Slaviero. Segundo Moura, os resultados históricos foram influenciados pela melhora no cenário hidrológico, o crescimento do mercado fio e a receita da transmissão, “sempre, como parte da agenda, um plano consistente de redução de custos”, reforçou. Com relação ao EBITDA ajustado do primeiro trimestre de 2021, houve um crescimento de 12,2% no mesmo período deste ano, sendo que a Copel Geração e Transmissão foi a que mais contribuiu para este balanço, seguida pela Copel Distribuição.
Um dado destacado por Moura foi o aumento na provisão de ações cíveis e trabalhistas da Copel Distribuição de aproximadamente 30 milhões de reais, mas, segundo Moura, estes valores “acabaram sendo compensados com outras reduções de custo”.
Os três principais negócios da Copel, Geração e Transmissão, Distribuição e Comercialização tiveram crescimento no primeiro trimestre de 2022.
Sem prejuízos
A crescente da inflação não representou qualquer prejuízo para o Copel nas negociações coletivas. Segundo Moura, a redução de despesas com pessoal alcançada pela saída de 636 trabalhadores “mais do que compensou o aumento de dissídio em quase 11% em outubro do ano passado, que seguiu o aumento do INPC”. Como parte da agenda política da atual gerência da Copel, estes trabalhadores não devem ser substituídos: “melhoria de eficiência e redução de custos são um dos pilares da nossa estratégia”, reforçou Moura.
:: Após lucro histórico, Copel reduz PLR dos funcionários
Essa redução nos custos com pessoal pode ser observada também no montante destinado à PLR (Participação Lucros e/ou Resultados) dos empregados. Em 2022, a Copel distribuiu R$290.151.836 entre os 6.538 trabalhadores que tinham direito ao benefício. Esse valor sofreu uma redução de 30,9% com relação à PLR de 2021.
Futuro da Copel
Segundo Slaviero, as prioridades da Companhia para os próximos meses de 2022 são a renovação da concessão da Compagas, que é alvo da agenda de privatizações do governo Ratinho Junior (PSD), ainda no primeiro semestre deste ano; a participação no leilão de transmissão em parceria com a Engie Brasil S.A., previsto para acontecer em junho; e a análise de oportunidades de fusão e aquisição nas áreas de brownfield e combustíveis renováveis.