A beira de ser privatizada, Eletrobras lucrou R$ 5,7 bilhões em 2021

TCU poderá aprovar, ou não, o processo de venda da Eletrobras

Usina Marimbondo. Foto: Eletrobras/Furnas
Comunicação
18.MAIO.2022

Qual é o argumento para privatizar uma empresa que tem lucro? Geralmente, a privatização é a “solução” para empresas públicas deficitárias e ineficientes. Não é o caso da Eletrobras. Estratégica para o país em um momento de crise energética, a sua venda está sendo analisada pelo TCU, mesmo tendo dado um lucro de R$ 5,7 bilhões em 2021 e de  R$ 37,7 bilhões nos últimos quatro anos. A sua venda é a entrega do patrimônio público e alvo de protestos.

Segundo o Relatório de Resultados, houve aumento de 44% de crescimento do Ebitda em relação a 2020, alcançando R$ 15,1 bilhões. Além disso, para o período de 2022 a 2026, está previsto o investimento total de R$ 48,3 bilhões, um aumento de cerca de 17,5% se comparado ao PDNG anterior (2021-2025). Atualmente, 51,8% dessas ações pertencem à União, 11% ao BNDESpar e 5,78% ao BNDES.

É neste cenário que surge a tentativa de privatização da Eletrobras, segundo seus gestores. “Os avanços no projeto de capitalização da Eletrobras estão entre os grandes marcos de 2021 e que nos permitirão, nos próximos anos, relatar resultados cada vez mais significativos. Esta é uma transformação que possibilitará que a companhia mantenha seu protagonismo no setor elétrico”, destaca o presidente da companhia, Rodrigo Limp Nascimento.

Por outro lado, a venda encontra resistência na sociedade. Protestos estão marcados contra análise do TCU que pode dar aval para a privatização. O Tribunal de Contas da União (TCU)julga irregularidades que representam prejuízos R$ 67 bilhões ao país, segundo o ministro  Vital do Rego, que pediu esclarecimentos ao governo de Jair Bolsonaro (PL) sobre o processo de privatização. Para os eletricitários, o prejuízo é  muito maior, chegando a R$ 400 bi, por ser a Eletrobras uma empresa de um setor estratégico para qualquer nação.

A ELETROBRAS

A Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras S/A) está presente em todo o território nacional, sendo responsável por 28% da capacidade geradora instalada no Brasil. Grande parte (cerca de 97%) dessa capacidade é baseada em fontes com baixas emissões de gases de efeito estufa (GEE): hídrica (91,6%) , eólica (1,4%), solar ()1% e nuclear (3,9%).

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