Entre os dias 16 a 28 de agosto de 2021, a Regional Foz do Iguaçu do Senge-PR se movimentou para contribuir com pessoas em estado de vulnerabilidade e insegurança alimentar ao nosso redor. Capitaneados pelo Diretor Regional José Quirilos Assis Neto, foi estabelecido contato com os dirigentes do Projeto “Um Chute Para o Futuro”. Outros grupos de apoio se somaram aos nossos esforços, como o Projeto Caracol, pelas mãos do Diretor Regional Marco Castella, com doação de R$ 2.566,50. Além de outras doações que resultaram na arrecadação de 85 cestas básicas de alimentação, mais uma caixa de mantimentos avulsos.
A instituição “Um Chute Para o Futuro” iniciou suas atividades há 15 anos, quando amparava 10 crianças. Em 2020 já alcançava mais de 1,2 mil famílias impactadas direta ou indiretamente, contabilizando cerca de 50 mil lanches e refeições fornecidos para as crianças assistidas. No projeto são realizadas atividades esportivas, educativas e recreativas. O projeto está sediado em região de Foz do Iguaçu marcado pela violência, com assédio às crianças pela criminalidade. Portanto, cumpre também a função de as proteger dessa ameaça. Segundo o fundador do Projeto Ronaldo Cleber Cáceres, “estamos em pleno funcionamento, um sonho que se tornou realidade. Agradeço muito a todos os que nos ajudaram e ajudam nessa trajetória de quebrar o muro da desigualdade e de transformá-lo em pontes de oportunidades”.
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Doação do Senge-PR
Atendendo à sugestão do próprio Ronaldo e dos demais voluntários que se dedicam a esse projeto, fomos aconselhados a dividirmos essa doação, com outra região da cidade de Foz, onde há problemas emergenciais tão ou até mais graves com relação à fome. Dessa forma, foram entregues 41 cestas ao “Um Chute Para o Futuro” no dia 26 de agosto, e outras 44 para a Associação de Moradores do Bairro Bubas, entregues no dia 28 de agosto.
O Bairro do Bubas é uma comunidade resultante da maior ocupação urbana do estado do Paraná, que já completou 9 anos. Em 2015 a região foi atingida com uma pesada chuva de granizo que destruiu o telhado, ou totalmente, as casas humildes. Hoje seus 6 mil habitantes lutam com dificuldade pela sobrevivência. Alguns “remediados”, outros em situações limítrofes, convivem com precária ou nenhuma infraestrutura de urbanização, tais como pavimentação, água tratada, esgoto, rede de energia elétrica. Muitas casas estão em lenta construção, algumas de tijolos, outras de madeira, e até casas de barro.
A Associação de Moradores, onde desponta a líder Rosely Noeli dos Santos, vem buscando auxílio para atendimento emergencial às famílias imersas nessa dura realidade, que sensibiliza, ou deveria sensibilizar a sociedade como um todo. A receptividade com a qual fomos recebidos e o brilho nos olhos dos que receberam as doações, é inesquecível.
“Vivemos aqui com a nossa garra e a nossa força. Aguardamos o desfecho dessa situação da melhor forma para todos. Não queremos nada de graça. Iremos pagar por este pedaço de terra. Ao contrário do que muita gente pensa, aqui vivem pessoas trabalhadoras, que prestam serviço em todos os cantos da cidade e que depois retornam às suas casas, como qualquer pessoa normal faz. É apenas isto o que queremos. Dignidade e um teto para viver em paz”, resume uma das líderes comunitárias da “Ocupação Bubas”
Rosely Noeli dos Santos, liderança comunitária
Engenharia contra a fome
A fome é um problema de ordem estrutural, uma chaga, com muitas causas e desdobramentos. Sua erradicação depende do amadurecimento das pessoas, da sociedade, de políticas transformadoras, que tenham o propósito de colocar a fraternidade como força motriz, elevando a uma condição mais humanizada o próprio homem. Enquanto esse dia não chega, já é de bom tamanho diminuir o flagelo dos mais vulneráveis, daqueles que diante de um prato de comida, consideram esse como um dia especial. E a você que nos lê: o seu dia está sendo especial?
Em nome de todas/os as/os beneficiadas/os, que tiveram um momento de alívio em seu sofrimento, os mais sinceros agradecimentos às/aos que colaboraram com esta ação. Compartilhamos a felicidade em colocar o altruísmo, a fraternidade e a empatia, acima de quaisquer outros sentimentos.