Eleições 2014: presidente da Fisenge defende a socialização da política*
“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, aponta o parágrafo único do artigo 1º da Constituição Brasileira. A democracia representativa não é um princípio à deriva e seu exercício se dá nas urnas. O processo eleitoral é um momento único, que nos permite avaliar programas, formular escolhas e fortalecer nossos sonhos sobre o Brasil que queremos. O voto foi bravamente conquistado pelo povo brasileiro e este direito representa luta e festa cívica.
O despertar para o exercício do voto exige formulação e avaliação programática, especialmente num país controlado por meios de comunicação conservadores. No período eleitoral, temos a tarefa de lutar contra o pensamento único e exercer a pluralidade de ideias e pensamentos. A conquista de corações e mentes se fortalece com o debate nas ruas, nas casas, nos sindicatos, nos partidos e em todos os espaços coletivos. Tornar cotidiano o questionamento do senso comum e das ações dominantes é uma árdua tarefa e uma vitória simbólica que avança para mudanças concretas. É preciso extrapolar as cabines de votação e tornar a política viva no dia a dia das pessoas.
Da democracia representativa para a democracia participativa ainda há um longo caminho, principalmente se a reforma política continuar a ser procrastinada pelas bancadas conservadoras do Congresso Nacional. A grande adesão ao Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva demonstra a força do povo, que quer participar diretamente das decisões e reivindica condições mais justas nas eleições, como o financiamento público de campanha e o fortalecimento de programas políticos, e não de personagens. A democracia não se reduz ao ato de votar, porém abdicar de votar vai na contramão da democracia.
Infelizmente, talvez como reflexo do discurso de negação de partidos, sindicatos e demais representações nas manifestações, é crescente a defesa do voto nulo ou branco. Negar a luta dos trabalhadores brasileiros pelo exercício do voto significa negar a História. A socialização da política está no cerne do debate e exige aprofundamento da democracia. O voto é um dos instrumentos fundamentais para o fortalecimento da cidadania brasileira. Outros caminhos estão surgindo e apontam para uma única direção: a necessária reforma do sistema político, a democratização dos meios de comunicação e a ampliação dos espaços de participação social.
Em véspera de eleição à Presidência da República e do nosso Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), é preciso afirmar princípios como transparência; ética e o comprometimento com a construção de uma sociedade justa, igualitária e fraterna.
Vamos às urnas com a consciência de que essa construção depende de cada um e de cada uma de nós!
* artigo de Clovis Francisco Nascimento Filho – Presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge)